Celular ‘indestrutível’ da Nokia voltou: veja o que dizem as primeiras análises

Renato Santino24/05/2017 23h30

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Em 2017, o mundo viu o retorno do Nokia 3310, modernizado pela HMD, empresa que tem os direitos de uso da marca finlandesa, mas ainda mantendo os detalhes que fizeram o dispositivo ser o hit que foi na década passada. Mas será que um raio cai duas vezes no mesmo lugar?

O aparelho finalmente foi lançado nesta semana, e a imprensa internacional já começou a publicar as primeiras análises. E, deixe-me adiantar, elas não são muito positivas para o aparelho.

As principais críticas não giram em torno de suas capacidades, que realmente ficam muito aquém do que se espera de um smartphone dos dias atuais. As reclamações estão na comparação com feature phones similares que não carregam a mesma nostalgia. O novo 3310 é, nesse sentido, um celular “hipster”, apostando em um retorno de uma estética “vintage” para cobrar a mais por isso.

O site Ars Technica aponta que o celular foi lançado no Reino Unido por 50 libras esterlinas (cerca de R$ 210, na cotação atual), o que é caríssimo na comparação com outros dispositivos similares que carregam a própria marca da Nokia. O Nokia 150, por exemplo, é similar e custa apenas 20 libras (R$ 84); ainda existe o Nokia 105, que custa apenas 8 libras (R$ 33). A discrepância é grande demais e as vantagens não são tão evidentes assim. Existem, inclusive, smartphones Android que podem ser comprados com as tais 50 libras.

Isso não quer dizer que o celular seja ruim; apenas que ele é mais caro do que vale. O novo 3310 ainda traz de volta o que fez o antigo se transformar em lenda. Sua construção é sólida, resistente e duradoura, e a bateria aguenta uma semana inteira de uso, o que jamais poderia ser alcançado por nenhum smartphone moderno.

Mas nem tudo são flores; a câmera de 2 megapixels é fraca até mesmo para os padrões de celulares baratos, e o aparelho só tem suporte a redes 2G, então o uso dos poucos serviços online compatíveis com o novo 3310 deve ser bastante sofrível; para complicar ainda mais, não há suporte a Wi-Fi. Isso dito, os aplicativos do Facebook e do Twitter para o celular ainda funcionam de forma surpreendentemente bem.

Já o ZDNet foca em um detalhe desagradável que é o pouco espaço de armazenamento interno, com apenas 14 MB disponíveis para o usuário, o que basicamente permite que você guarde uma única música no celular sem recorrer a um cartão microSD. O 3310 tem uma entrada de fones de ouvido e Bluetooth 3.0 para se conectar a um fone sem fio, mas você provavelmente não usará essas capacidades para reprodução de qualquer tipo de mídia.

Todas as análises concluem mais ou menos da mesma forma. O celular é interessante para quem precisa de um aparelho descartável para servir como reserva, limitado a receber e efetuar chamadas, e que tenha alguma nostalgia do antigo 3310. Quem não faz parte desse grupo pode encontrar alternativas melhores com preço similar ou um pouco maior; como o Engadget aponta, o celular é básico demais para 2017.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital