Ao procurar uma nova casa, ou comprar um apartamento direto na planta, além da quantidade de quartos, de banheiros e do tamanho dos cômodos, uma nova preocupação pode vir a surgir: será que esse imóvel está pronto para receber um robô? O braço de robótica da Toyota Research Institute (TRI) desenvolveu em seus laboratórios alguns protótipos do que eles imaginam ser o futuro dos robôs domésticos integrados ao ambiente.
A ideia é adaptar os robôs para que eles operem em ambientes complexos e não estruturados, como as nossas casas. “Ao contrário das fábricas, onde o ambiente é estruturado e programável, os ambientes humanos naturais, como a casa de alguém, são desestruturados e diversos”, afirma a TRI. Um vídeo com um passeio em 360° mostra alguns desses ambientes com seus robôs adaptados. Confira:
O foco é a assistência domiciliar para lidar com a questão do envelhecimento da população. “De acordo com as Nações Unidas, nas próximas três décadas, a população global com mais de 65 anos deve mais do que dobrar. Isso significa que mais de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo terão 65 anos ou mais até o ano 2050”, afirma a empresa em seu comunicado oficial.
À medida que as sociedades envelhecem, o TRI avalia que haverá uma enorme demanda por mais cuidados, sistemas que permitam às pessoas viver de forma independente por mais tempo. “A pesquisa de robótica TRI está focada em casa porque é nesse ambiente que os robôs podem fornecer a maior ajuda para alcançar a realização humana. É também um dos ambientes mais complexos para os robôs dominarem”, disse Max Bajracharya, vice-presidente de Robótica do TRI.
Uma das soluções exibidas no laboratório, por exemplo, adaptou o robô para ficar preso ao teto, e assim ser capaz de realizar tarefas como limpar e operar a máquina de lavar louça. A Toyota explica que o projeto do robô foi inspirado nas casas japonesas, onde os pesquisadores descobriram que o espaço limitado restringiria a capacidade de um robô de ajudar.
Braço mecânico usa almofadas cheias de ar para pegar suavemente uma variedade de objetos. Imagem: TRI/Divulgação
A solução foi imaginar uma residência construída com robôs integrados diretamente na arquitetura. Os pesquisadores do TRI usam a realidade virtual para treinar as máquinas: humanos realizam as ações desejadas, como limpar uma mesa, e esses movimentos são então programados nos robôs.
O TRI não tem planos de comercializar a tecnologia. “Os robôs que você vê hoje são protótipos para acelerar nossa pesquisa, mas eles não serão transformados em produtos tão cedo”, disse Bajracharya. Para o instituto, desafio está em desenvolver uma robótica “centrada no ser humano”, no qual cada usuário individual representa um caso único. “O objetivo não é apenas dar gadgets às pessoas, mas, em vez disso, encontrar maneiras de realmente permitir que as pessoas alcancem a realização e ajudem a sociedade, cada uma na sua maneira”.
Via: The Verge