O Carrefour anunciou na tarde do último sabádo (4/5), em uma das suas lojas na zona leste de São Paulo, um aparelho capaz de transforamar qualquer televisor em SmarTV, além de liberar “mais de 8.000 canais pagos”, sem a necessidade de contratar serviços de qualquer operadora. Em resumo, o popular “GatoNet”. As informações vieram de uma reportagem do UOL Tecnologia, que afirma que a oferta de pirataria foi feita na ‘cara dura’ e ainda oferecia acesso a filmes que estão sendo exibidos no cinema, como Vingadores: Ultimato

O dispositivo é muito similar àqueles vendidos em lojinhas na Santa Ifigênia, já que funciona da mesma forma na hora de liberar os canais por assinatura. O serviço desses aparelhos é instável e, se descoberto pela operadora, pode ser cancelado e o usuário, sujeito a um processo por pirataria. Ele também é totalmente ilegal, portanto, é uma grande surpresa que uma rede supermercados respeitada, como o Carrefour, anuncie tão descaradamente um produto fora da lei. 

A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) afirma em comunicado enviado ao UOL que a venda é crime, por violar o direito de propriedade e por oferecer concorrência desleal. 

O eletrônico vendido no Carrefour era da marca Tx2, mas a caixinha é na verdade de uma Android TV Box. A Android TV Box, em si, não é ilegal por não funcionar como um desbloqueador de canais, uma vez que sua funcionalidade é dar conectividade a televisores. Muitas marcas como a Xiaomi e a Nvidia oferecem dispositivos deste tipo. 

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Ao buscar por aparelhos Tx2 em sites de compra online, as descrições deixam claro que a caixinha não funciona como um ‘GatoNet’ e marcam que o usuário conseguirá apenas transmitir serviços como Youtube e Netflix para sua TV, similiar a atuação do Chromecast.  Porém, existem os fabricantes que incluem recursos adicionais ilegais, como a liberação de canais de assinatura, e o modelo anunciado pelo Carrefour encaixa-se nesse setor. 

“O vendedor no Carrefour afirmou que não haveria perigo de os canais serem bloqueados porque a caixinha era ‘legalizada’, diferentemente dos dispositivos ‘piratas’ vendidos na Santa Ifigênia, região no centro de São Paulo conhecida por vender eletrônicos e serviços relacionados”, conta a reportagem da UOL. O aparelho anunciado estava em promoção, de R$ 849,90 por R$ 599.90.

A simples venda de um dispositivo para piratear sinal de TV é considerado crime, classificado como furto simples. O acusado está sujeito a pena de reclusão de um a quatro anos, mais multa.

Fonte: UOL Tecnologia