Carcaça preservada de urso morto há 39 mil anos é achada na Sibéria

Animal é um urso das cavernas, espécie extinta há 15 mil anos, e tem nariz, órgãos internos, dentes, garras e pelos intactos; espécie só era conhecida por esqueletos fósseis
Rafael Rigues16/09/2020 14h10

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Pastores de renas nas ilhas Lyakhovsky, na Sibéria, encontraram uma carcaça “perfeitamente preservada” de um urso das cavernas (Ursus Spelaeus), espécie extinta há 15 mil anos. O animal estava enterrado sob a “permafrost”, terreno permanentemente congelado que, devido ao aquecimento global, está descongelando e revelando várias criaturas do passado.

A carcaça ainda preserva tecidos moles, como o nariz e órgãos internos, bem como dentes, garras e pelos. Pesquisadores da Universidade Federal do Nordeste (NEFU) em Yakutsk, na Rússia explicam a importância da descoberta: “este é o primeiro e único exemplar de seu tipo – uma carcaça inteira de urso com tecidos moles”, disse Lena Grigorieva, pesquisadora da NEFU.

Estima-se que o animal tenha morrido entre 39.500 e 22.000 anos atrás. A idade é uma estimativa, e poderá ser determinada com mais exatidão depois de datação com carbono. Os cientistas também esperam realizar uma análise genética do DNA do animal.

Reprodução

Carcaça de urso das cavernas, preservada sob solo congelado na Sibéria. Foto: NEFU

Até o momento a espécie era conhecida apenas através de esqueletos fósseis. Os ursos das cavernas eram muito maiores que a maior espécie atual, os ursos polares: enquanto um urso polar pode pesar até 700 Kg e medir entre 2,5 e 3 metros de comprimento, os ursos das cavernas podiam medir ate 3,5 metros e chegar a 1 tonelada.

Este não é o primeiro exemplar de animal do passado preservado pela permafrost e revelado pelo aquecimento global. Em novembro passado um filhote de cachorro, chamado pelos cientistas de Dogor, foi encontrado muito bem preservado, com dentes afiados, pelos e bigodes ainda em boas condições. Os cientistas conseguiram concluir que o cachorro morreu aos dois meses de idade, há 18 mil anos.

Fonte: Science Alert

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital