Poucos dias após o Twitter anunciar o banimento de todas as propagandas políticas na plataforma a partir deste mês, a campanha para a reeleição do presidente dos Estados Unidos Donald Trump está classificando o movimento como “uma decisão muito estúpida.”
A decisão tomada pelo Twitter veio semanas após legisladores repreenderem o Facebook por sua política de permitir que os políticos mintam em seus anúncios. A campanha de Joe Biden, concorrente de Trump pela Casa Branca, foi a primeira a discordar desta política, mandando cartas para Twitter, Facebook e YouTube demandando que os anúncios com informações falsas fossem proibidos. Essas cartas foram tidas como falsa propaganda pela campanha de Trump.
Twitter bans political ads in yet another attempt by the left to silence Trump and conservatives. Wouldn’t be surprised if @twitter lifted the ban after 2020.
Statement: pic.twitter.com/4ZdHGJw3js
— Brad Parscale (@parscale) 30 de outubro de 2019
Em comunicado, o gerente da campanha de Donald Trump, Brad Parscale, alegou que a nova política de tolerância zero do Twitter poderia ser pior para os Republicanos do que para os Democratas, relembrando a teoria do partido de que o discurso conservador é mais reprimido e censurado nas mídias sociais.
“O Twitter acabou de se afastar de potenciais centenas de milhões de dólares de receita, uma decisão muito estúpida por parte de seus acionistas”, disse Parscale em seu comunicado. “Será que o Twitter também vai barrar o anúncio enviesado de meios de comunicação liberais que agora ficam sem controle conforme eles compram conteúdo obviamente político destinado a atacar os Republicanos? Essa é mais uma tentativa de silenciar os conservadores, já que o Twitter sabe que o Presidente Trump tem o planejamento online mais sofisticado já visto”.
A verdadeira receita dos anúncios de campanha que o Twitter recebe é significativamente menor do que a alegação de Parscale: menos de um milhão de dólares nos ciclos recentes. Democratas foram amplamente favoráveis à decisão do Twitter, inclusive pedindo que o Facebook e seu CEO Mark Zuckerberg façam o mesmo.
“Mark Zuckerberg disse que ele não quer se responsabilizar por bloquear os falsos anúncios políticos”, disse o senador Ron Wydens em um tuíte. “Se esse é realmente o caso, e não uma tentativa desesperada de acalmar a extrema-direita, o Facebook deveria seguir a liderança do Twitter e parar de publicar propagandas políticas em seu site também.”