Apoiada por Facebook e Twitter, a organização SaferNet Brasil lança nesta terça-feira, 15, uma nova campanha para trabalhar a conscientização sobre crimes sexuais online – mais especificamente sobre a “sextorsão”. Chamado de “Sextorsão: não é sua culpa”, o projeto tem como objetivo explicar a jovens, pais e educadores brasileiros o que é e como combater essa recente forma de abuso sexual.
O termo, um neologismo resultado da junção de “sexo” e “extorsão”, foi cunhado nos EUA e é adotado por órgãos como o FBI e a Interpol. O crime consiste em extorquir alguém com ameaças de divulgação de imagens íntimas, obrigando a vítima a agir contra sua vontade.
Por aqui, os relatos de “sextorsão” têm se tornado cada vez mais comuns, de acordo com dados da própria SaferNet Brasil. O número de vítimas que buscaram ajuda da organização foi de cinco, em 2007, para 289 no ano passado, com meninas e mulheres representando 69% dos casos. A entidade oferece um canal de ajuda para dar apoio especializado 24 horas por dia às vítimas.
“As pessoas têm muito medo de contar o que estão sofrendo por acharem que serão culpabilizadas e julgadas”, explica Rodrigo Nejm, diretor de educação da SaferNet Brasil. A ideia da campanha, segundo ele, é mostrar a pais e educadores como lidar com o tema, para que criem “espaços abertos para escuta e acolhimento sem julgamento”.
A campanha foi lançada originalmente nos EUA pela Thorn, uma ONG norte-americana que desenvolve tecnologias para defender crianças e adolescentes de abuso sexual. Por aqui, a SaferNet Brasil disponibilizará um site sobre o tema, linkando para a central de ajuda, um vídeo explicativo e uma série de recursos para pais e educadores.