Os brasileiros são os que mais acreditam em fake news e as brasileiras são as principais vítimas desta prática, além de ameaças e conteúdo violento. As informações foram apresentadas nesta terça-feira (26), durante audiência pública na Comissão de Defesa da Mulher da Câmara dos Deputados, que reuniu especialistas sobre o assunto.
“No ambiente em que a gente vive em que se busca igualdade, onde se busca a participação da mulher cada vez mais ativa em todas as áreas, é impressionante que ainda aconteçam casos de violência tão graves quantos esses que a gente vem sofrendo e que muitas vezes levam até à morte”, disse Patricia Blanco, presidente do Instituto Palavra Aberta e integrante do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional.
Autora do pedido para a realização da audiência, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) destacou que as plataformas online poderiam colaborar para evitar a disseminação de conteúdo falso.
“Seria possível que as plataformas criassem alguma forma de identificação de onde surgiram essas informações e mecanismos mais imediatos para a retirada do ar desse conteúdo […] Quando tem algum tipo de desinformação, eu acho que também seria possível (que as plataformas apagassem)”, observou.
Campeões em fake news
Um levantamento da Avaaz, plataforma de mobilização online, revelou que os brasileiros são os que mais acreditam em fake news no mundo. Segundo a plataforma, 7 em cada 10 brasileiros se informam pelas redes sociais e 62% já acreditaram em alguma notícia falsa.
Representante da Avaaz, Carolina Venuto salientou a ameaça que a desinformação representa para a democracia.
“Quando a gente pensa em desinformação, a primeira coisa que vem à cabeça é a eleição, né? A gente acaba sendo bombardeada com fake news nos períodos eleitorais, não só a gente como o restante do mundo. Mas hoje a Avaaz já colheu informações que dão conta que as fake news têm prejudicado, inclusive, a saúde e segurança do cidadão, como no caso das vacinas. O aumento do número de pessoas que deixaram de vacinar por conta de uma desinformação tem crescido significativamente. Além de pessoas que foram linchadas, morreram ou foram agredidas por conta de uma desinformação”, disse.
Fonte: Agência Câmara Notícias