A revista acadêmica Nature escolheu a epidemiologista brasileira Celina Turchi como uma das principais cientistas de 2016. Em setembro de 2015, Turchi foi acionada pelo Ministério da Saúde do Brasil para investigar o aumento no número de crianças nascidas com microcefalia, e foi uma das principais responsáveis pela associação dessa condição com o Zika Virus.
Segundo a publicação, a epidemiologista montou uma rede internacional de especialistas para ajudar a lidar com a situação. Foi um desafio enorme, já que não havia testes confiáveis para detectar a infecção pelo vírus Zika, e tampouco havia consenso em torno da definição precisa de microcefalia. “Nem no meu pior pesadelo eu poderia imaginar uma epidemia de microcefalia em recém-nascidos”, disse.
No entanto, os esforços dela e dos especialistas envolvidos geraram evidências suficientes da relação entre microcefalia e infecção pelo vírus Zika nos três primeiros meses da gravidez. O trabalho de Turchi, segundo a Nature, não foi apenas importante pelos resultados que produziu, mas também pela iniciativa dos pesquisadores – em especial da epidemiologista – em investigar um caso sobre o qual tão poucas informações estavam disponíveis.
Nomes de peso
Turchi ocupa uma posição de destaque não apenas pelo seu trabalho excepcional, mas também pelos outros cientistas que a acompanham na lista da revista acadêmica. Embora a lista não tenha uma ordem numérica, o primeiro nome a aparecer nela é Gabriela Gonzalez, a física responsável por coordenar os estudos que culminaram na descoberta de ondas gravitacionais, comprovando uma teoria centenária de Einstein.
Outros nomes que compõem a lista são Demis Hassabis (o CEO da DeepMind, empresa inteligência artifical do Google resposável pelo sistema que venceu o campeão mundial de Go). e John Zhang (um médico especializado em fertilidade e reprodução humana que ajudou na concepção e no nascimento do primeiro bebê com código genético de três pessoas). A lista completa pode ser acessada por meio deste link.