Brasil terá primeiro mapeamento genético populacional

Google Cloud, Dasa, Illumina e USP trabalham juntas para criar o primeiro projeto de sequenciamento genético do país; programa auxilia na descoberta em massa de predisposição de doenças
Redação09/12/2019 17h29, atualizada em 10/12/2019 15h00

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Iniciativa intitulada de “DNA do Brasil”, baseada no projeto Elsa e realizada pela Dasa, Illumina, USP e Google Cloud, tem o objetivo de sequenciar em escala o genoma da população brasileira. Ao gerar um banco de dados completo, o projeto permitirá uma melhor compreensão sobre o desenvolvimento da diversidade genética do brasileiro por gerações, apoiando pesquisas nas áreas de medicina, antropologia e história das comunidades científicas locais e, futuramente, globais. O objetivo final é sequenciar o genoma de 15 mil brasileiros.

Atualmente, a China e os EUA já possuem mais de 1 milhão de genomas registrados. O Instituto Broad, centro de pesquisa genômica vinculado à Universidade Harvard e ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), localizado nos Estados Unidos, leva cerca de 10 minutos para realizar o processo de sequenciamento. Entretanto, por se tratar de um projeto novo e custoso, o procedimento levará 24 horas no Brasil.

O projeto começa com o sequenciamento genômico de 3 mil participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA Brasil) – o maior estudo epidemiológico em adultos do país (base de 15.105 pessoas), que é realizado em parceria com as instituições da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O programa, criado pela Dra. Lygia de Veiga Pereira e a Dra. Tábita Hünemeier, será feito por aproximadamente 10 anos.

Como funciona

O processo de sequenciamento possui três etapas. A primeira é a coleta de DNA, onde ocorre a análise primária, que posteriormente transforma o biológico em primário, feito pela Dasa com máquinas da Illumina. A segunda etapa é o armazenamento seguro desses dados, realizados pela Google Cloud, onde ocorre o alinhamento dos genomas. Por último, acontece a interpretação do resultado final, com intuito de descobrir genéticamente a predisposição para algumas doenças.

“Nossa participação nesse projeto está totalmente alinhada com o propósito da companhia de transformar a saúde da população brasileira por meio da medicina de precisão, e reforça a estratégia da interação entre as iniciativas pública e privada para o fomento da pesquisa científica brasileira”, afirma o presidente do Conselho da Dasa, Romeu Domingues.

De acordo com Haroldo Gali, executivo de vendas do Google Cloud, a empresa ajudará nos custos e no armazenamento de dados. Inclusive, a gigante de tecnologia garante tanta segurança que nem mesmo ela terá acesso aos genomas. Além disso, permite análises e cruzamento de dados em escala por meio de ferramentas de analytics e machine learning.

“Nossa nuvem permite processar dados genômicos em grandes volumes, possibilitando o uso de recursos de análise avançada e os mais altos níveis de segurança de dados que projetos dessa magnitude demandam”, comenta João Bolonha, diretor de Google Cloud para o Brasil.

“O DNA do Brasil dá início a uma nova fase dos estudos nacionais e globais sobre genômica. Vamos gerar informações sobre características genéticas que podem impactar diretamente na saúde da população”, afirma a Profa Lygia, que é cientista da USP. Até o momento, menos de 0,5% das pesquisas realizadas no mundo contemplaram a população brasileira.

Você sabia? 99,9% do nosso genoma é idêntico. Segundo o Projeto Genoma Humano, o que diferencia as características particulares de cada pessoa é o 0,01% restante. Cerca de 3,2 bilhões de pares de bases que compõem o genoma do Homo sapiens.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital