Brasil tem três opções de vacina, diz Pazuello

Por Vinicius Szafran, editado por Liliane Nakagawa 02/12/2020 19h19, atualizada em 02/12/2020 19h36

Eduardo Pazuello
Eduardo Pazuello, ministro da Saúde. (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)

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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o Brasil tem “uma, duas ou três” opções de laboratórios desenvolvendo vacinas contra a Covid-19. De acordo com ele, somente essas apresentam bom cronograma e qualidade suficiente para atender as necessidades do país.

Além disso, Pazuello afirmou que 15 milhões de doses devem chegar ao Brasil no começo de 2021, metade do que previa o ministério para o primeiro mês do ano que vem. Em diversas ocasiões, técnicos da pasta e da Fiocruz afirmaram que o país teria 30 milhões de doses disponíveis em janeiro. O acordo, assinado por R$ 1,9 bilhão, prevê a entrega de 100 milhões de doses da vacina no primeiro semestre do ano.

“Em janeiro e fevereiro, já começam a chegar 15 milhões de doses dessa encomenda tecnológica da AstraZeneca e de Oxford com a Fiocruz”, esclareceu Pazuello. “E no primeiro semestre chegaremos a 100 milhões de doses. No segundo semestre, já com a tecnologia transferida pronta, nós poderemos produzir com a Fiocruz até 160 milhões de doses a mais. Só aí são 260 milhões de doses”.

Na manhã desta quarta-feira (2), Pazuello participou de audiência pública na comissão mista do Congresso, que acompanha as ações de enfrentamento ao coronavírus e a execução orçamentária durante a pandemia.

Sars-Cov-2
Plano de vacinação contra a Covid-19 deve ter quatro fases, segundo Ministério da Saúde. Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock

“Ainda sobre vacinas, queria deixar uma coisa clara: ficou muito óbvio que são muito poucas as fabricantes que têm a quantidade e o cronograma de entrega efetivo para nosso país. Quando a gente chega ao final das negociações e vai para cronograma de entrega, fabricação, os números são pífios”, contou o ministro. “Números de grande quantidade realmente se reduzem a uma, duas ou três ideias. A maioria fica com números muito pequenos para nosso país”.

O ministro disse ainda que há uma grande competição pela produção do imunizante. Segundo ele, isso cria “uma campanha publicitária muito forte”, com empresas alegando ter a vacina pronta, mesmo que ainda em testes. “Quando você vai apertar, a história é bem diferente, como tudo na vida”, contou.

Recentemente, representantes do Ministério da Saúde receberam os principais desenvolvedores das vacinas para reuniões. Por enquanto, o Brasil tem acordos garantidos para receber 142 milhões de doses no primeiro semestre, sendo 100 milhões da AstraZeneca em parceria com a Fiocruz e 42 milhões previstas no consórcio Covax Facility.

O Brasil adquiriu 42 milhões de doses que podem ser entregues por qualquer participante do consórcio, de acordo com Pazuello. A AstraZeneca, por exemplo, é um dos integrantes do Covax Facility, enquanto a Pfizer ainda negocia sua adesão.

Na madrugada desta quarta-feira (2), a vacina desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech ganhou destaque após ser aprovada pelas autoridades do Reino Unido. A população terá acesso a 800 mil doses a partir da próxima semana.

Vacina da Pfizer pode não chegar ao Brasil. Imagem: Giovanni Cancemi/Shutterstock

Pazuello abriu a possibilidade de adquirir a vacina, mas isso pode não acontecer. Idealmente, uma boa candidata para o Brasil teria de ser termoestável por longos períodos em temperaturas entre 2 °C a 8 °C, devido ao padrão dos refrigeradores do país.

Entretanto, a vacina da Pfizer exige temperaturas de -70 °C para ser conservada. Em nosso sistema, as doses aguentariam apenas cinco dias. Além disso, Pazuello afirmou que o Brasil aplicará apenas vacinas aprovadas pela Anvisa.

Ele declarou também que a pasta não vai obrigar ninguém a se vacinar. Em vez disso, trabalhará para convencer a população da importância de se imunizar contra o coronavírus.

Plano de vacinação

Nesta terça-feira (1º), o ministério lançou um plano inicial de vacinação da população, dividido em quatro fases.

Na primeira delas, receberão a vacina os profissionais de saúde, idosos acima de 75 anos, pessoas com mais de 60 anos vivendo em asilos ou instituições psiquiátricas e a população indígena.

A segunda fase envolverá pessoas entre 60 e 74 anos. Já na fase seguinte, serão imunizados aqueles com comorbidades que podem agravar ainda mais a doença. Com base nas estatísticas oficiais de demografia, não é possível determinar quantas pessoas participarão da terceira fase.

Por fim, a quarta etapa imunizará professores, funcionários do sistema prisional, forças de segurança e salvamento e a população carcerária.

Via: Folha de S. Paulo

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Liliane Nakagawa é editor(a) no Olhar Digital