Novas informações sobre a queda do Boeing 737 Max 8 surgiram após a análise da caixa preta. Segundo a Ministra de Transportes da Etiópia, Dagmawit Moges, em entrevista ao The Washington Post, foram encontrados fatos semelhantes nos dois acidentes: o mais recente com o 737 Max 8 da Ethiopian Airlines e o anterior, com o 737 da Lion Air, em outubro de 2018.
Apesar de a ministra ter comentado sobre o assunto sem dar mais detalhes, dados do satélite já mostravam que ambos tinham perfil de vôo similar antes da queda. Além disso, relatórios indicam problemas com um controle automatizado que reduz risco de perda de sustentação.
O Sistema de Aumento de Características de Manobra (MCAS) feito para diminuir riscos, pode, na verdade, ter atrapalhado os pilotos nos dois casos. Uma inserção de códigos errados nesse sistema fez que a tripulação da Lion Air sofresse para se manter no ar: como o MCAS acreditava que o avião estava prestes a perder a sustentação, continuava a empurrar o nariz para baixo. Da mesma forma, o capitão do vôo da Ethiopian Airlines encontrou problemas logo após a decolagem.
Em consequência desses acontecimentos, companhias aéreas em todo o mundo tomaram a decisão de manter as aeronaves 737 Max 8 em terra firme como forma de evitar outras tragédias. Até mesmo os EUA, depois de certa relutância — aparentemente pela relação entre o CEO da Boeing e a Casa Branca —, suspenderam a operação do modelo em 13 de março.
A situação não parece boa para a companhia. E, depois que os investigadores da Ethiopian Airlines e do Conselho Nacional de Segurança no Transporte dos EUA confirmarem os dados da caixa preta e divulgarem os resultados, deve piorar ainda mais.
Estima-se que houve mais de US$ 600 bilhões em compras do 737 Max 8 — outros 4.636 pedidos ainda não haviam sido atendidos e, provavelmente, continuarão pendentes. A Boeing corre grande risco de perder consumidores para os concorrentes e, por essa razão, anunciou que lançará uma atualização de software para o modelo até o próximo mês.
Fonte: Gizmodo