Bitcoin despenca mais de 60% desde o fim de 2017

Renato Santino10/04/2018 18h14

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A Bitcoin viveu um boom fenomenal no final do ano passado, quando a moeda virtual chegou a valer mais de US$ 19 mil por unidade, valorizando-se absurdamente em um período o de um ano. No início do ano passado, a moeda valia apenas cerca de US$ 1 mil, de forma que o salto foi de quase 2.000%, o que é completamente fora do comum.

Desde dezembro, no entanto, as coisas não têm sido tão fáceis. Após esse surto, a moeda entrou em uma fase de queda livre, saindo dos fatídicos US$ 19.000 para chegar a beliscar os US$ 6.100. No momento em que este texto é escrito, a Bitcoin é trocada por US$ 6.850.

Da mesma forma que os 2.000% de valorização são assustadores, a queda também é vertiginosa. Uma desvalorização de um ativo em 65% é o tipo de coisa que deixaria qualquer investidor desesperado em um mercado de renda variável mais convencional, como o de ações.

Reprodução

Para exemplificar o estrago, se você colocou R$ 10 mil em Bitcoin no final do ano passado, hoje você só tem R$ 3,5 mil. Vale lembrar, no entanto, que o prejuízo só é realizado ao vender o ativo. Quem optou pela filosofia do “HODL” (segurar a moeda independentemente da flutuação de curto prazo) pode estar levando um prejuízo virtual no momento, mas pode recuperá-lo no futuro se houver uma nova onda de valorização.

Com a queda vista nos últimos meses, a Bitcoin retornou ao patamar de novembro do ano passado, antes da escalada vista em dezembro. A boa notícia é que quem entrou cedo nessa onda ainda está bem tranquilo. Mesmo com o derretimento da Bitcoin nos últimos tempos, quem entrou no início do ano passado ainda vê o ativo em uma alta de 550%, o que ainda é um rendimento completamente fora do normal. Quem está nessa há ainda mais tempo, apostando nas criptomoedas desde 2013, viu a Bitcoin saiu dos US$ 100 para os US$ 6.850 atuais, o que são 6.750% de valorização em cinco anos, embora os 19.600% do fim de 2017 fossem bem mais interessantes.

A desvalorização traz alguns riscos para o ecossistema da Bitcoin, no entanto. Pelo fato de o blockchain se manter graças ao mineradores que investem tempo, dinheiro e energia em busca de novas Bitcoins, a queda no valor pode fazer com que haja a perda de interesse na mineração, que pode deixar de ser economicamente viável, o que pode fazer com que a rede entre em colapso. Os custos por transação também podem disparar, tornando inviável o uso da moeda como… moeda.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital