Steve Ballmer foi um dos mais antigos funcionários da Microsoft, começando na empresa aos 23 anos como diretor administrativo, em 1979, até chegar ao cargo de presidente, em 1998, como sucessor de Bill Gates. Ele e o amigo de longa data, porém, discordavam em alguns pontos cruciais sobre a estratégia da empresa.

Em uma recente entrevista à rede de notícias Bloomberg, Ballmer falou sobre algumas das diferenças entre sua visão e a visão do seu antecessor para a Microsoft. Para Bill Gates, segundo Ballmer, não era interessante apostar as fichas da empresa em dispositivos móveis, tablets ou PCs.

“Havia uma divergência fundamental sobre quão importante era estar no negócio de hardware”, contou Ballmer. “Eu tive que empurrar o Surface. O conselho de diretores era hesitante em apoiá-lo”, continuou, em referência à divisão da Microsoft que produziu o Surface Pro, o Surface Book e recentemente o Surface Studio.

Smartphones

Há uma semana, o atual presidente da Microsoft e sucessor de Ballmer na função, Satya Nadella, admitiu que a empresa perdeu a oportunidade de crescer na área de mobilidade e smartphones. “Claramente nós perdemos a chance com os celulares, sem dúvidas. Nossa meta agora é garantir que iremos crescer em outras novas categorias”, disse ele.

Quanto a isso, Ballmer afirma que a Microsoft deveria mesmo ter entrado no mercado de celulares mais cedo, e que “queria comprar a Nokia”, mas foi impedido pelo conselho de diretores. Após sua saída, a Microsoft acabou indo adiante com o negócio, comprou a Nokia em 2014 por mais de US$ 7 bilhões, apenas para vendê-la neste ano e registrar um prejuízo de US$ 8 bilhões.