O Banco Central anunciou, nesta quinta-feira (20), a criação de um grupo de estudos para discutir os impactos da implementação de uma moeda digital no Brasil. A iniciativa visa analisar os efeitos da medida sobre a estabilidade financeira e a política monetária e econômica do país.

A instituição pretende investigar o alcance potencial de uma moeda digital, assim como os benefícios que o recurso poderia trazer para a sociedade brasileira.

“A emissão de moeda digital por bancos centrais (central bank digital currency – CBDC) pode ser uma possibilidade para aprimorar o modelo vigente das transações comerciais entre as pessoas e mesmo entre países.”, diz o Banco Central, em nota.

Outro objetivo do grupo de estudos é identificar vantagens complementares aos benefícios que devem ser introduzidos com a implantação do sistema de pagamentos instantâneos PIX, que começa a funcionar integralmente a partir de 16 de novembro.

Por outro lado, o Banco Central também busca analisar riscos associados à segurança cibernética, proteção de dados e ao ambiente regulatório do país.

O comunicado destaca que a moeda digital seria apenas uma nova forma de representação do real emitido pela autoridade monetária brasileira. O documento ainda pontua que a moeda digital se diferencia de criptomoedas sem garantia nacional, como é o caso do Bitcoin.

Vale lembrar criptomoeda corresponde a um subgrupo de moeda digital caracterizado por sistemas criptografados e descentralizados.

Objeto de estudo mundial

Como destaca o Banco Central, moedas digitais são objetos de estudo mundial. Em fevereiro deste ano, a Suécia começou a testar o seu próprio modelo, batizado de e-krona. O objetivo do governo sueco é desenvolver um recurso eficiente, seguro e de fácil operação, que funcione de forma complementar ao dinheiro físico. A ferramenta ainda acompanha uma forte tendência de pagamentos por meios digitais no país.

Já a China, estuda a criação de uma moeda digital há pelo menos seis anos. O governo de Pequim planeja reduzir os custos da circulação do papel-moeda tradicional e aumentar o controle sobre o fornecimento de dinheiro. Autoridades chinesas disseram no ano passado que a moeda digital estava “quase pronta”, mas pouco falaram sobre o cronograma de lançamento.

Na época, Huang Qifan, vice-presidente do Centro de intercâmbio Econômico Internacional da China (CCIEE), afirmou que o país será o primeiro a lançar uma moeda digital baseada em blockchain. Outras nações que trabalham em propostas semelhantes são o Reino Unido e o Japão.

Via: Banco Central