Uma bactéria que pode ser encontrada no nosso sistema digestivo é capaz de gerar eletricidade, e por isso, pesquisadores querem colocá-la para trabalhar. A Listeria monocytogenes, uma espécie geralmente encontrada no fundo de lagos – mas que consumimos com frequência na nossa comida – gera eletricidade como uma forma de conseguir energia quando está num ambiente sem oxigênio (como no nosso intestino).
Cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkley (EUA), examinaram bactérias mutadas – com genes ausentes ou alterados – para identificar quais genes eram necessários para a a produção de eletricidade. Ao colocar as bactérias em uma câmara eletroquímica e capturar os elétrons gerados, a equipe descobriu que elas criavam uma corrente elétrica
No nosso corpo, a bactéria pode causar uma infecção chamada listeriose, perigosa para pessoas com sistema imunológico enfraquecido, mulheres grávidas (pode causar abortos), recém-nascidos e idosos. Mas engenheiros do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram uma técnica para aproveitar as bactérias que produzem mais energia e usá-las como baterias ou para limpar água de esgoto.
As Listeria monocytogenes geram uma cascata de proteínas que transportam os elétrons para fora – um sistema muito mais simples do o empregado por outras bactérias eletrogênicas. Além disso, a sua parede celular é composta por apenas uma camada que separam o interior do ambiente, ou seja, um obstáculo a menos para os elétrons.
Já existem esforços para criar células de combustível microbianas, ou baterias que usam bactérias para gerar eletricidade usando matéria orgânica – como em estações de tratamento de resíduos. Como esse novo processo mais simples, é possível aprimorar essa tecnologia. A técnica desenvolvida no MIT utiliza chips microfluídicos gravados com pequenos canais que são comprimidos no meio para formar uma configuração de ampulheta.
Aplicando a tensão através de um canal, os pesquisadores poduderam usar um fenômeno conhecido como dieletroforese (uma técnica na qual a tensão exerce uma força sobre uma partícula) para classificar rapidamente as bactérias de acordo com sua atividade eletroquímica. Ao combinar ferramentas genéticas (para criar mutações) com essa triagem microfluídica, é possível transformar células e depois escolher as melhores candidatas à transferência de elétrons.
Via: Live Science/Forbes