A AT&T “devolveu” sua parte minoritária (9,5%) do Hulu para a própria companhia, em uma movimentação que avalia o site de streaming de vídeos em aproximadamente US$ 15 bilhões – um grande salto em relação há dois anos atrás. A venda já era projetada pela gigante de telecomunicações, que pretende, agora, focar no seu próprio serviço vídeo sob demanda, com lançamento esperado para este ano. O negócio foi fechado na última segunda-feira, 15, por US$ 1,43 bilhão
Hoje, o Hulu é controlado pela Disney, que possui 60% das ações da empresa – a Comcast, outra grande companhia do mercado de mídia, mantém uma participação de 30%. A ideia é que o serviço rivalize com o Netflix e outros produtos semelhantes que competem pela atenção (e dinheiro) dos espectadores. E ele vem ganhando assinantes rapidamente, terminando o ano de 2018 com mais de 25 milhões, enquanto a Netflix chegou a 139 milhões.
De acordo com uma representante do Hulu, a Disney e a Comcast ainda vão negociar a divisão dos 9,5% adquiridos junto à AT&T. O crescimento do serviço é notável, uma vez que seu valor de mercado não passava dos US$ 5,8 bilhões em 2016. No entanto, ainda há muito chão para alcançar a Netflix, que tem uma capitalização de mercado de quase US$ 150 bilhões.
WarnerMedia: a aposta da AT&T
A AT&T planeja construir seu próprio serviço de streaming desde que adquiriu a TimeWarner – em uma negociação que deixou a gigante norte-americana com uma dívida líquida de US$ 180 bilhões no fim do ano passado. A WarnerMedia, como agora é chamada a unidade de cinema e TV, desenvolve um novo serviço de vídeo sob demanda semelhante ao do Hulu, para abrigar novos títulos como “Aquaman” e reprises populares como “Friends”.
Os executivos não divulgaram o nome do produto nem quanto custará, ainda que esteja previsto um serviço de três níveis construído em torno das séries da WarnerMedia e da HBO. Ele também teria conteúdo adicional dos estúdios da Warner Bros. e dos produtos da TV por assinatura. A plataforma está programada para ser lançada no final desse ano.
Executivos da WarnerMedia garantiram que a empresa não vai tornar todo o seu conteúdo exclusivo, e vai negociar as licenças de transmissão de forma oportuna. Em comunicado, o CEO do Hulu, Randy Freer, afirmou que “a WarnerMedia continuará sendo uma parceira valiosa do Hulu nos próximos anos, enquanto oferecemos aos clientes o melhor da TV, ao vivo e sob demanda”.
O futuro do Hulu
A Disney divulgou na semana passada o Disney+, serviço por assinatura para abrigar a franquia “Guerra nas Estrelas”, os títulos da Marvel, além das animações clássicas e da Pixar. Mas a empresa pretende oferecer uma programação mais madura através do Hulu, além de centralizar seus ativos de esporte na ESPN+. Não está claro como a nova plataforma afetará o que o Hulu terá em seu catálogo.
Em janeiro, o Hulu reduziu o preço do seu plano básico, que permite aos usuários reproduzir programas de TV com anúncios, mas não inclui esportes e notícias ao vivo. Também elevou o custo da sua oferta de TV ao vivo, aderindo a uma tendência que elevou o preço dos canais tradicionais em toda a indústria de mídia. O plano básico agora custa US$ 6 por mês, enquanto o Hulu + Live TV custa US$ 45 por mês.
Fonte: WSJ