A Microsoft revelou nesta quarta-feira (29) os resultados do trimestre fiscal encerrado ao final de dezembro, e os números são interessantes. Suas receitas ficaram US$ 36,9 bilhões, um aumento de 14% na comparação com o ano anterior, enquanto seu lucro ficou em US$ 13,9 bilhões, com um salto de 35%. Em geral, a empresa teve mais um período de amplo sucesso, com exceção de uma área: a de games.
Começando pelo que não deu muito certo. A companhia há alguns anos deixou de revelar números muito específicos sobre o Xbox, mas revelou que a divisão de um games como um todo viu uma diminuição de 21% nas receitas na comparação com os meses finais de 2018. Falando especificamente de conteúdo e serviços do Xbox, o faturamento caiu em 11%.
A Microsoft não citou nomes, mas diz que um dos motivos pelo qual o fim de 2019 foi pior que o de 2018 foi pelo fato de que um jogo “third-party” (ou seja: um jogo multiplataforma não desenvolvido pela Microsoft) teve resultados fortes no ano retrasado que não se repetiram no ano seguinte. A tendência é que os números no início de 2020 não sejam muito animadores, já que os consumidores se preparam para o lançamento da nova geração de consoles, que acontecerá ao final do ano.
Enquanto isso, outras divisões desempenharam muito bem. Uma das histórias interessantes do trimestre é a do Windows, que teve um resultado positivo, mesmo em um momento em que o mercado de PCs não vai tão bem. Isso tem uma explicação clara: o fim do suporte ao Windows 7 fez com que muitas empresas e usuários precisassem comprar computadores novos e, consequentemente, adquirir novas licenças do Windows 10. De fato, pela primeira vez desde 2011 foi percebido um crescimento no mercado de PCs, e isso se reflete nos resultados da Microsoft.
Uma outra área da companhia que tem feito sucesso apesar de um início conturbado é o Surface. A Microsoft tem, consistentemente, feito com que seus notebooks, tablets e outros dispositivos começassem a ganhar espaço no mercado. Hoje, a divisão já fatura US$ 1,9 bilhão, um ganho de 6% na comparação com o mesmo período de 2018, quando a área do Surface já havia registrado um crescimento expressivo.
Apesar de tudo, quem continua sustentando um crescimento forte da Microsoft não são as divisões mais próximas do público, mas sim a área corporativa. Isso significa que áreas mais voltadas para empresas e produtividade, como Office, com crescimento de 16%, e Azure, com crescimento de 62%, formam a maior parte do faturamento da companhia nos dias atuais.