Editoras e representantes de artistas brasileiros estão ameaçando ir à justiça contra o YouTube para exigir o pagamento integral dos direitos autorais de obras veiculadas. No país, a plataforma de vídeos paga 75% das taxas referentes às obras. Em outros países, como México, Estados Unidos e Inglaterra, o valor pago é de 100%.
“Eles afirmaram que não pagariam por um direito inexistente. Nós discordamos. Eles querem transformar esses 25% em lucro”, afirma Aluysio Reis, da Sony. Com a falta dos 25%, deixa-se de pagar, por tabela, os direitos conexos, refentes a interpretes e músicos que participaram das gravações originais.
Questionado, o YouTube reconheceu a ausência de pagamento integral e afirmou que está negociando com as empresas do setor. “Estamos assinando acordos para garantir que compositores brasileiros sejam compensados por seu trabalho. Como a UBEM não cobre todo o mercado no Brasil, esses acordos assinados diretamente com agregadoras como ONErpm, ABMI, Tratore, Playax, entre outras, são fundamentais para a indústria”.
Os editores, no entanto, afirmam que a plataforma está fechando acordos com pequenos grupos que não têm conhecimento da quantia a ser recebida. “A tentativa da empresa é pressionar para que outros aceitem tarifas menores que estão pagando”, afirma Marcelo Castello Branco, da Universal Music.
“Utilizando nossa tecnologia e os dados fornecidos pelos agregadores, somos capazes de compensar os detentores de direitos, inclusive retroativamente. Esses acordos cobrem direitos de reprodução de música em quaisquer vídeos no YouTube, incluindo conteúdo gerado pelos usuários. Esse processo garante que os detentores de direitos serão remunerados de acordo com a legislação brasileira. Esses novos acordos vão garantir que compositores brasileiros e detentores de direitos sejam remunerados”, diz o YouTube.