Talvez você não soubesse, mas a Apple tinha uma divisão que desenvolvia roteadores, a linha AirPort. Tinha. Ao que tudo indica, a empresa desmanchou a divisão, redirecionando os membros da equipe para áreas mais importantes com o objetivo de “estreitar o foco da companhia”, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg.

Não chega a ser surpresa, no entanto, mesmo que a empresa não confirme a informação por meios oficiais. A Apple não lançava um roteador novo desde 2013, e eles nunca foram realmente um sucesso comercial, por mais que tivessem qualidade e um design diferenciado, feito para que o usuário não tivesse vergonha de exibi-lo na sala.

O problema é que de lá para cá surgiram outras alternativas tão boas quanto ou melhores, custando mais barato e com o mesmo refinamento estético; um exemplo é o Google Wifi. Ao mesmo tempo, os roteadores da Apple foram ficando em um segundo plano, enquanto a empresa direcionava esforços para os seus produtos principais, que movimentam muito mais dinheiro, como iPhone, iPad e os Macs.

É mais ou menos o que aconteceu com o Thunderbolt Display, que também foi sumariamente aposentado pela Apple. O monitor também era só um apêndice na linha de produtos da companhia, que decidiu encerrar a sua produção e promover um novo monitor da LG durante o lançamento dos últimos MacBooks.

De qualquer forma, é uma página histórica da Apple que é abandonada, porque o AirPort já foi importantíssimo para a companhia. A linha foi introduzida em 1999, na mesma época em que lançou os icônicos iBooks. A apresentação de ambos os produtos foi marcante pela reação da plateia quando Steve Jobs mostrou ao público que os novos laptops da empresa não precisavam usar a porta Ethernet para acessar a internet.

A linha também colaborou para a evolução do áudio em rede com o AirPort Express, e com o os backups em rede integrados, como foi o caso do Time Capsule. Hoje, no entanto, já não há diferencial entre as outras alternativas do mercado, tornando a manutenção da categoria na line-up da companhia simplesmente insustentável.

Via Bloomberg