Além do iOS 12, a Apple anunciou o novo macOS 10.14 durante a WWDC, sua conferência anual para desenvolvedores. Batizado de Mojave — um deserto no sudoeste dos EUA —, o novo sistema trará novidades em questão de privacidade, contará com os primeiros apps universais da empresa e também virá cheio de melhorias incrementais em recursos como o Quick Look e a ferramenta de captura de tela. A versão do sistema operacional para desenvolvedores estará disponível ainda nesta segunda-feira.
Privacidade é tudo
Seguindo o tema do momento, a Apple adicionou novos controles de privacidade ao Mojave. Agora, além de localização e acesso a contatos, o sistema deixará o usuário definir se quer ou não dar aos aplicativos acesso à câmera e ao microfone, além de outras informações antes não protegidas, algo que já é bem comum nos smartphones.
Essas melhorias na privacidade também influenciarão o Safari, que será capaz de bloquear cookies até mesmo das caixas de comentários do Facebook que aparecem em sites de notícias. Este recurso estará presente também no navegador para iOS, e é uma forma de evitar praticamente qualquer atividade de rastreamento da rede social ou até do Google, ao menos que o usuário dê total consentimento.
Novos aplicativos e universalização
O macOS 10.14 ganhará ainda alguns aplicativos antes presentes apenas no iOS, caso do Stocks (para ações) e do News (de notícias). A novidade maior, no entanto, está por baixo dos panos: todos foram criados com uma nova solução de apps universais da Apple. A empresa integrou aspectos do framework UIKit usado para desenvolver aplicações mobile no AppKit de seus desktops, de forma que será possível criar programas para os dois sistemas com poucas mudanças.
A solução, no entanto, ainda está em fase de testes, mas já foi usada pela Apple para criar os aplicativos “importados” do iPhone para os Macs. Segundo Federighi, ela estará disponível para desenvolvedores em 2019.
Melhoras incrementais
As mudanças principais se darão em ferramentas do sistema. São novas funcionalidades e alterações sutis, que ainda assim podem fazer bastante diferença na produtividade, segundo Craig Federighi, vice-presidente executivo de engenharia de software da empresa.
O Quick Look, por exemplo, usado para visualizar imagens e vídeos sem precisar abrir os respectivos apps (basta a barra de espaço), agora permitirá ao usuário fazer pequenas edições em fotos e clipes. O recurso de screenshot foi aprimorado com uma ferramenta de gravação de tela, acabando com a necessidade de usar o QuickTime para isso. Já o Finder ganhou um modo de visualização em galeria, que mostrará mais detalhes e ainda permitirá criar arquivos em PDF a partir da seleção de várias imagens. Por fim, quem tem a área de trabalho desorganizada vai gostar de saber que agora o SO pode “empilhar” os arquivos largados no desktop por tipo ou data, por exemplo.
O sistema ainda ganhará um “dark mode”, que troca todos os detalhes em branco e cinza claro por preto e cinza escuro. A mudança na tonalidade afeta os aplicativos da própria Apple, como o XCode, que ficará com um visual mais próximo do adotado por outras ferramentas para desenvolvedores, como o editor de texto Sublime.
Por fim, o macOS 10.14 terá suporte ao Apple Home. Dessa forma, usuários poderão monitorar as atividade de seus dispositivos conectados à plataforma da Apple direto pelo Mac.