Apple faz a sua aposta para o futuro: a evolução da realidade aumentada

Renato Santino13/09/2017 00h26, atualizada em 13/09/2017 00h30

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Uma das grandes apostas da Apple para o futuro próximo é a realidade aumentada. O sucesso de “Pokémon Go” no ano passado fez com que muita gente repensasse sua estratégia diante da tecnologia, e a reposta da Apple foi o ARKit, que abre portas para uma série de novos recursos que façam bom uso da realidade aumentada.

Com o anúncio dos novos iPhones, foi possível ver a estratégia da Apple começar a dar frutos. Além de mostrar que os aparelhos contarão com uma série de novos sensores, como giroscópio e acelerômetro, para poder detectar melhor o movimento, a empresa também revelou alguns projetos interessantes.

Um dos recursos curiosos demonstrados foi uma integração com o aplicativo da MLB, a liga de beisebol dos Estados Unidos, no qual o usuário pode apontar uma câmera para o gramado, então o sistema reconhece os jogadores em campo e pode fornecer estatísticas relacionadas a cada um deles. Imagine apontar a câmera para o campo de futebol e receber as informações de quantos gols um jogador já marcou no campeonato e quantos quilômetros ele correu durante a partida?

O que mais chamou a atenção no palco foi o jogo “The Machines”, no qual múltiplos jogadores enxergam o mesmo terreno 3D sobre uma mesa por meio da tela do smartphone, tal qual um game de tabuleiro. Cada um pode tomar uma posição diferente que lhe favoreça durante o combate, permitindo diferentes estratégias.

A Apple, no entanto, não é a primeira a apostar nessa tecnologia. O jogo lembra bastante o que a Microsoft costumava mostrar nas primeiras apresentações do HoloLens, o visor de realidade aumentada da empresa. A empresa chegou a mostrar no palco da E3 algumas demonstrações com “Minecraft” que fizeram bastante sucesso com o público.

A questão é que o HoloLens vai demorar pelo menos uns três anos para se transformar em um produto para o consumidor final, e ainda será caríssimo quando isso acontecer. Ninguém discute que a possibilidade de enxergar o mundo por meio de um par de óculos inteligentes seja muito mais atraente do que por meio da tela de um celular, mas essa aposta no longo prazo pode custar caro para a Microsoft.

O smartphone é algo que todo mundo carrega no bolso. Isso pode mudar em alguns anos, mas no curto e médio prazo dificilmente isso será alterado. Sem praticamente nenhuma presença no mercado de smartphones, a Microsoft já começa atrás nesse novo movimento da indústria, enquanto o Google já tem também o seu projeto Tango e o novo ARCore para Androids.

Talvez a Apple leve alguma vantagem entre tais empresas, que é o fato de que o ecossistema iPhone é uniforme, de forma que desenvolvedores podem tirar proveito das suas capacidades sabendo basicamente o que toda a sua base de usuários poderá acessar. Não é algo que possa ser dito do Android, em que existem inúmeros modelos com diferentes níveis de sofisticação espalhados por dezenas de versões de sistemas operacionais. Isso faz com que seja mais fácil criar uma aplicação realmente interessante para a realidade aumentada no iPhone do que nos outros sistemas.

No entanto, é importante notar que nenhuma das empresas até o momento mostrou aquele recurso “matador” usando a tecnologia de realidade aumentada. Como dito, o HoloLens tem a tecnologia mais impressionante, mas ainda está muito distante e será caríssimo. Quem sairá na frente?

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital