Já não é segredo para ninguém que a Apple deixava iPhones antigos mais lentos de propósito para preservar suas baterias. A empresa admitiu a prática publicamente, lançou uma atualização do iOS para dar escolha aos usuários e ainda responde a um mar de processos na Justiça.
Mas nem todo mundo já se deu por satisfeito. Um grupo de 78 clientes da Apple, de diversas cidades dos Estados Unidos, se uniu para abrir mais um processo coletivo contra a empresa. Eles acusam a Maçã de reduzir a velocidade dos iPhones para forçar o consumidor a comprar um novo.
Segundo este grupo, o caso foi “uma das maiores fraudes contra o consumidor na história”. Através do que eles chamam de “esquema para fazer dinheiro”, como cita o MacRumors, a Apple estaria violando a Lei de Proteção ao Consumidor do estado a Califórnia, onde a ação foi instaurada.
“Os dispositivos foram projetados com defeito e a Apple lançou atualizações de software para ocultar os defeitos”, diz o grupo nos autos, “para que os usuários do dispositivo não tivessem outra opção a não ser comprar baterias novas ou atualizar seus dispositivos, resultando em pagamentos à Apple e em uma base de clientes sustentada (embora forçada)”.
O caso, junto com outros mais de 60 que já tramitam na Justiça dos EUA desde o ano passado, deve ir parar no Tribunal Judicial dos EUA sobre Litígios Multidistritais, que ordenou, em abril, que todos os processos deste tipo contra a Apple sejam agrupados em uma só grande ação coletiva.
A Apple mantém a postura de negar que tenha feito tudo isso para forçar clientes a trocar de iPhone. Segundo a empresa, a prática de desacelerar processadores acontecia de forma automática quando a bateria do aparelho começava a dar sinais de desgaste. Era uma forma de preservar a unidade de energia e prevenir desligamentos repentinos, como os que aconteceram com diversas unidades do iPhone 6.
Em comunicado, a Apple pediu desculpas por não informar de maneira clara aos usuários sobre esta prática. Para trazer o iPhone afetado à sua velocidade normal, bastava trocar a bateria, o que levou a empresa a oferecer descontos em novas baterias e até reembolsos para quem comprou uma bateria anteriormente, pelo preço sem desconto.
Além disso, o iOS 11.3 trouxe aos aparelhos da marca um recurso de “Saúde da Bateria”, que dá ao usuário o poder de escolher entre ativar a desaceleração do processador para preservar a vida útil do componente ou mantê-lo em velocidade máxima e deixar que a bateria se deteriore naturalmente.