Tim Cook, presidente da Apple, foi o entrevistado do último domingo, 20, no programa “60 Minutes”, da emissora americana CBS. Ao jornalista Charlie Rose, o executivo falou sobre criptografia e disse que não é possível trocar a privacidade dos usuários pela segurança nacional.

“Eu não acredito que exista essa troca, de privacidade versus segurança nacional. Acho que essa é uma visão muito simplista. Nós somos a América. Deveríamos ter ambos”, disse Cook, a respeito de dados sigilosos que o governo muitas vezes exige enquanto combate terroristas, por exemplo.

Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama e outras figuras de autoridade insistem para que empresas de tecnologia facilitem o acesso a informações criptografadas, como conversas e tráfego de dados de usuários. O governo americano diz que terroristas tiram proveito dos sistemas de segurança do iPhone, por exemplo, para planejar ataques.

Contudo, Cook e outros empresários do meio continuam relutantes quanto ao tema. “Se o governo nos apresentar um mandado hoje, nós vamos dar a eles a informação específica que pediram. Porque precisamos fazer isso, pela lei. Mas em caso de comunicação criptografada, não temos essa informação para dar”, disse.

O que Apple, Google, Facebook e outras empresas de tecnologia afirmam é que dados criptografados não podem ser abertos nem mesmo por elas, e, por isso, também não são entregues às autoridades. Uma alternativa, segundo o governo americano, é que uma “porta dos fundos” seja aberta nesses casos – isto é, um acesso exclusivo para investigações de segurança nacional.

“Se existir uma maneira de entrar, então alguém vai conseguir entrar”, argumentou Cook. “A realidade é que, se você colocar uma porta dos fundos, essa passagem vai ser para todo mundo, tanto para os heróis quanto para os vilões”. Na mesma entrevista, o executivo ainda disse que as alegações de que a Apple possui estratégias para evitar impostos é “bobagem política”.

Via ComputerWorld