Desde o lançamento do novo iPad Pro, usuários da Apple estão reclamando de um detalhe incômodo: várias unidades do tablet estão saindo de fábrica levemente tortas, criando uma curvatura côncava na tela. É um detalhe pequeno, no entanto, e a Apple nega que seja um defeito, ao ponto de começar a justificar em e-mails enviados aos clientes que mesmo os tablets tortos passaram no controle de qualidade da companhia.
A mensagem assinada vice-presidente Dan Riccio, responsável pela área de engenharia de hardware, deixa de uma forma surpreendentemente clara qual é o padrão de qualidade da Apple no quesito planicidade, como nota o site The Verge. Mesmo as unidades tortas do iPad Pro “alcançam ou excedem os altos padrões de design e precisão de produção da Apple”.
Segundo o executivo, a especificação atual de planicidade do iPad Pro é de 400 micrômetros, ou equivalente a 0,4 milímetro. Ele também reafirma para usuários que tenham percebido a curvatura em seus dispositivos que esse nível de curva não deve se alterar ao longo da vida do aparelho, nem afetar qualquer tipo de função oferecida pelo dispositivo.
O texto também aponta uma justificativa para a curvatura observada em alguns dos aparelhos. Riccio diz em sua mensagem que as unidades tortas do iPad se devem ao processo de resfriamento durante a produção, o que afeta de forma mais direta um produto de alumínio fino e leve como o é o iPad Pro.
Segundo ele, a tolerância de 0,4 milímetro é até mesmo mais rígida do que a de outras unidades do iPad. No entanto, a questão é que os usuários não têm como medir se seus tablets estão ou não dentro dessa margem de tolerância, já que são poucos que possuem em suas casas equipamentos de alta precisão. A única coisa que eles sabem é que pagaram US$ 1.000 por um iPad torto.
A preocupação nestes casos é justificada, mesmo que a curvatura seja mínima. O caso do “bendgate”, no qual foi constatado que o iPhone 6 entortava com facilidade, parecia exagero, mas se provou um transtorno real. O chassi frágil do aparelho acabou sendo causador da “doença do toque” nos celulares da Apple: componentes internos acabavam sendo afetados com o tempo, fazendo com que a tela do smartphone parasse de responder adequadamente. A Apple demorou para reconhecer o problema, que começou a inundar as assistências técnicas autorizadas.