Apple cria um novo nicho de mercado de sucesso: o de adaptadores

Renato Santino03/11/2016 16h20

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Há algum tempo existe uma preocupação com o futuro da Apple. Ok, o iPhone vende horrores e a empresa ainda lucra absurdos com a venda do celular, mas e quando a “moda” do smartphone passar, sendo que mais da metade de tudo que a empresa fatura vem do iPhone? O que a empresa terá no lugar para sustentar-se como uma das maiores do mundo? Adaptadores. Basta criar complicações para vender soluções.

A empresa recentemente se tornou uma grande referência na produção e distribuição de adaptadores de todos os tipos, e a sua loja já vende 17 tipos diferente de adaptadores próprios, sem contar os fabricados por outras companhias. Isso, claro, se deve às recentes decisões de design da empresa, que resolveu eliminar entradas e portas em seus produtos mais simbólicos, como o iPhone e os MacBooks.

No caso do iPhone, o primeiro sinal de uma nova era veio com o fim da porta de fones de ouvido. A eliminação da entrada P2 criou um novo mercado de adaptadores para de fones convencionais para a entrada Lightning do celular, e ele não é baratinho. No Brasil, ele vai custar R$ 80.

Se você for uma das pessoas que tem o hábito de ouvir música no fone enquanto carrega o seu celular, você vai precisar de outro adaptador. Você tem algumas opções: uma base lightning de R$ 380, que é um dock com uma porta de 3,5 mm e uma entrada para energia.

Reprodução

No entanto, esta base não vai funcionar se você tentar usar o fone fornecido pela Apple na caixa do iPhone 7, que usa a porta Lightning; para usar esse, você vai precisar de um outro adaptador, que a Apple não fornece. Sua melhor aposta é um conector da Belkin, que custa US$ 40 (preço no Brasil ainda não confirmado), que transforma uma porta Lightning em duas.

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Se você optar por esta solução e por um acaso precisar usar um fone antigo P2, você pode unir o adaptador fornecido na embalagem com o adaptador da Belkin, o que vai criar uma confusão de cabos enorme.

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E aí chegamos ao novo Macbook Pro. A empresa decidiu substituir todas as portas por USB-C/Thunderbolt 3. É um fato: o USB 3.1 tipo C é o conector do futuro, mas ainda não é o do presente. Ao remover todas as portas em favor de quatro entradas de um único tipo, a Apple tenta forçar a adoção de tecnologias sem fio, mas a curto prazo só vai forçar os usuários a renovarem seus periféricos… ou adquirirem novos adaptadores.

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Sim, porque o fotógrafo ou cinegrafista que usa um Macbook (que é justamente o tipo de pessoa que é normalmente atraída por produtos da Apple) não vai transferir seu cartão SD de 256 GB repleto por meio da rede sem fio. Não, ele precisa de uma entrada de um cartão de memória para descarregar estas imagens, e a única opção para fazer isso no novo laptop da Apple é com um adaptador. E isso vai valer para quando você precisar espetar um pendrive no notebook, ou conectá-lo a um televisor para alguma apresentação por HDMI.

Isso sem contar no fato de que parece que os departamentos de Mac e iPhone da Apple não conversam entre si, porque para conectar o iPhone ao novo laptop da empresa também será necessário um adaptador. O celular vem com um cabo Lightning-USB-A, que não vai funcionar com o Macbook que só tem entradas USB-C.

Obviamente a Apple tem adaptadores para tudo isso, criando complicações para vender as soluções.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital