100 anos de terror: confira os filmes mais marcantes do gênero

Revista americana escolheu as obras que fizeram história em cada década, do clássico 'Nosferatu' ao recente 'Corra!'
Da Redação12/04/2022 01h01

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Os filmes de terror completam 100 anos entretendo o público e refletindo os medos vividos na época em que foram criados. Várias obras arrepiaram os espectadores neste século, mas algumas marcaram sua década de lançamento.
Confira abaixo uma lista que destaca as obras mais marcantes de cada período. A seleção foi elaborada pela revista americana Variety. De acordo com a publicação, os filmes não são, necessariamente, os melhores. O objetivo é mostrar como essas obras refletem os temores da sociedade em que foram produzidos.

Década de 1920: “Nosferatu”

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Obra prioneira do gênero, “Nosferatu” ocorre em meio a uma praga. Imagem: Films sans Frontières/Reprodução
O filme alemão “Nosferatu“, uma adaptação não autorizada da obra “Drácula” de Bram Stoker, foi lançado em 1922. Na época, o mundo se recuperava da Primeira Guerra Mundial e da Gripe Espanhola. Para a revista, o vampiro Conde Orlok representa perfeitamente o período por ser uma espécie de encarnação da morte e da destruição, ao aterrorizar uma cidade atormentada pela peste.
Outras obras da década que também foram lembradas são: “O Gabinete do Dr. Caligari” (1920), “O Corcunda de Notre Dame” (1923), “O Fantasma da Ópera” (1925) e “O Gato e o Canário” (1927).

Década de 1930: “Frankenstein”

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Clássico “Frankenstein” representava o resultado da arrogância humana e suas criações. Imagem: Universal Pictures/Reprodução
O escolhido para a década de 30 é também uma adaptação literária, embora não muito fiel ao livro de Mary Shelly. Lançado em 1931, “Frankenstein” tem como um dos temas centrais a arrogância do homem. Para a publicação, as atitudes arrogantes de homens poderosos – que acreditam poder mudar a ordem natural das coisas – eram o verdadeiro terror para a população da época.
Vivendo a Grande Depressão econômica, o terror da sociedade eram políticos e banqueiros. Outro ponto observado pela revista é que vários filmes da época eram ambientados na Europa, em locais como Transilvânia e Londres. Um fato relacionado pela publicação com temores ainda da Primeira Guerra Mundial, cujos conflitos foram centrados no continente.
Outros longa-metragens marcantes da década foram: “Drácula” (1931), “O Médico e o Monstro” (1931), “A Casa Sinistra” (1932), “King Kong” (1933) e “A Noiva de Frankenstein” (1935).

Década de 1940: “Sangue de Pantera”

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Produções de Jacques Tourneur marcaram a década de 40 no cinema. Imagem: RKOPictures/Warner Archive Collection
O período teria sido marcado em Hollywood por obras que retratavam temas mais realísticos, relacionados à Segunda Guerra Mundial. No entanto, alguns títulos como “Sangue de Pantera”, de 1942 e “I Walked with a Zombie”, de 1943, ganharam as telonas por meio do diretor Jacques Tourneur. O temor do desconhecido seria uma temática que permeia as obras. A década também teve alguns remakes e filmes como “O Lobisomem” (1941) e “Isle of the Dead” (1945).

Década de 1950: “Godzilla”

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Filme japonês “Godzilla” foi o escolhido para representar os anos 50 e os medos “nucleares”. Imagem: Toho Film (Eiga)/Reprodução
Diante dos primeiros testes e bombas nucleares, os filmes passaram a focar em monstros acidentais. Entre as criaturas “nucleares” que ganharam as telas do cinema, estão “Godzilla” (ou “Gojira” na versão japonesa) e “Attack of the Giant Leeches” (1959). Outras menções honrosas da década foram “Vampiros de Almas” (1956), “A Mosca da Cabeça Branca” (1958) e “O Ataque da Mulher de 15 Metros” (1958).

Década de 1960: “O Bebê de Rosemary”

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Dirigido por Roman Polanski, “O Bebê de Rosemary” transmite clima conspiratório. Crédito: Paramount Pictures
O filme “O Bebê de Rosemary“, de 1968, foi escolhido por representar a temática de conspiração e a paranóia da década. A sensação de vigilância e de que o governo americano estava mentindo eram o cenário perfeito para as conspirações. Outros filmes notáveis do período foram: “Psicose” (1960), “Os Inocentes” (1961) e “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968).

Década de 1970: “Halloween”

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Os serial killers aterrorizaram os anos 70 com filmes como “Halloween”. Imagem: Falcon International Pictures/Compass International Pictures

A década se concentrou em assassinos humanos, em contrapartida aos monstros do passado. A mudança refletiu o medo da sociedade perante assassinatos como os perpetuados pela seita de Charles Manson, que atacava pessoas aleatórias. Essa tendência pode ser observada em obras como: “Halloween” (1978) e “O Massacre da Serra Elétrica” (1974). Outros clássicos dos anos 70 são: “Carrie, a estranha” (1976) e “O exorcista” (1973).

Década de 1980: “A Mosca”

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Filme “A Mosca” refletia uma década atormentada por epidemias. Imagem: 20th Century Studios/Reprodução

Após enfrentar epidemias de AIDS e o ebola, entre o final dos anos 70 e o início dos 80, filmes como “A mosca” (1986) exploravam a deterioração do corpo humano e novas formas pelas quais os organismos poderiam ser atacados. Obras como “O Iluminado” (1980), “O Enigma de Outro Mundo” (1982) e “Poltergeist” (1982) também marcaram o período.

Década de 1990: “Pânico”

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Revista especializada em entretenimento escolheu obras de arrepiar. Na imagem, o clássico “Pânico”. Imagem: Dimension Films/Reprodução

Lançado em 1996 para uma geração que cresceu assistindo filmes de terror, “Pânico” alcançou uma audiência que já conhecia os estereótipos do gênero. De acordo com a revista, “eles já tinham visto os filmes, então riram da ideia de entrar em um quarto escuro sozinho. Foi o filme de terror perfeito para uma década desapegada”. Vale ressaltar também longas como “A Bruxa de Blair” (1999), “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” (1999) e “O Sexto Sentido” (1999).

Década de 2000: “Kairo”

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Provando sua importância no gênero, Japão marcou presença mais uma vez na lista. Imagem: Daiei Eiga/Hakuhodo/Imagica/Nippon Television Network (NTV)
O filme japonês cult “Kairo” (2001) foi o escolhido pela Variety para representar a década. O motivo foi sua temática digital, que acerta em cheio os medos relacionados ao universo da internet e da conectividade. Outros filmes do período que envolviam a tecnologia foram “Uma Chamada Perdida” (2003) e “Atividade Paranormal” (2007). As obras “Os outros” (2001) e “O Chamado” (2002) também são destaques da década.

Década de 2010: “Corra!”

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O longa “Corra!” provocou diversas discussões e interpretações com viés social. Imagem: Universal Pictures/Reprodução
Uma década marcada por protestos, como #BlackLivesMatter, mostrou o clamor de algumas camadas da sociedade por terem suas vozes ouvidas. Assim, muitas obras buscaram contar histórias a partir de novas perspectivas, algumas com discussões sociais. Nesse contexto, o filme “Corra!” (2017) despertou muitas interpretações e debates. De forma semelhante, títulos como “Garota Sombria Caminha pela Noite” (2014) e “Um Lugar Silencioso” (2018).
Foram lembrados, ainda: “Invasão Zumbi” (2016), “Nós” (2019) e “Midsommar – O Mal Não Espera a Noite” (2019).
Fonte: Variety