30 anos atrás o CEO da Apple, John Sculley, subiu ao palco para anunciar o “novo membro da família Macintosh”: o Mac Portable, o primeiro computador portátil da Apple. Caro mesmo para os padrões da época, ele não foi um produto particularmente bem sucedido, mas abriu as portas para os finos, leves e poderosos MacBooks que temos hoje.
Segundo Sculley, o principal objetivo da empresa era criar um Mac que pudesse ser usado “a qualquer hora, em qualquer lugar”, sem que o usuário tivesse que abrir mão de qualquer recurso. Ou seja, nada de um “Mac Jr.” com um conjunto limitado de aplicações. Para isso foi necessário superar uma série de desafios, desde um novo dispositivo de entrada, já que “um mouse não funciona muito bem no colo”, até a miniaturização do disco rígido.
O Mac Portable era equipado com um processador Motorola 68000 de 16 MHz, 1 MB de RAM, drive de disquete de 1,44 MB e tela monocromática de 9.8”. Como opcional, o usuário poderia adquirir um disco rígido de 40 MB. Embora pareça extremamente modesta para o dia de hoje, era uma configuração equivalente a um dos Macs “de mesa” da época, o Macintosh SE.
As baterias usavam tecnologia de chumbo e ácido, como as baterias de carro, e tinham autonomia de até 10 horas longe da tomada, um tempo respeitável. Entretanto o usuário tinha que ter muito cuidado no manuseio, já que elas simplesmente morriam se fossem descarregadas completamente.
O mouse, sinônimo do Mac e algo que na época era raro nos PCs, foi substituído por um trackball, uma espécie de “mouse invertido” onde o usuário manuseia diretamente a esfera para mover o cursor. Tudo isso num pacote “portátil” pesando meros 7,2 quilos e medindo 38,7 x 36,65 cm e com 10,28 cm de espessura. Para se ter uma idéia, é o peso de mais de 5 MacBook Air atuais, e a espessura equivalente a mais de 6 deles um sobre o outro.
Mas espessura e tamanho não eram grandes preocupações na época: para executivos, que eram o público-alvo da máquina, só o fato de poder levar um Mac para onde quiser e usá-lo mesmo dentro de um avião já era o suficiente para convencê-los a pagar o equivalente a mais de US$ 14.000 (mais de R$ 61.000) pela máquina.
O Mac Portable não durou muito tempo no mercado. Dois anos depois, em 1991, foi substituído pelo Powerbook 100, que trazia configuração similar por um terço do preço, numa máquina muito menor e mais leve. A linha Powerbook durou até 2006, quando foi substituída pela família MacBook, que perdura até hoje.