Esta semana marca o aniversário de 10 anos de um dos produtos mais importantes da história da tecnologia. O Android, criado por Andy Rubin e absorvido pelo Google, se transformou no sistema operacional mais usado do planeta, superando até mesmo o Windows, segundo estimativas recentes.
Foi no dia 5 de novembro de 2007 que a Open Handset Alliance, uma união entre 34 companhias para alavancar um sistema operacional de código aberto para celulares, revelou o Android. O Google, claro, como autor do software, fazia parte desse grupo, que mirava “alimentar a inovação em dispositivos móveis e dar aos consumidores uma experiência muito melhor do que as plataformas existentes hoje (em 2007)”. A data também marcou o lançamento da primeira versão beta do Android, para que empresas e desenvolvedores testassem o sistema antes do lançamento.
É difícil afirmar que a aliança não alcançou o objetivo traçado há 10 anos. Você pode discutir se Android é melhor que iOS ou vice-versa, mas o que é indiscutível é que a chegada do Android mudou o mercado completamente.
Na época em que foi criado, o iPhone já existia e começava a ganhar força como elemento capaz de transformar o mercado de smartphones. No entanto, o celular era caro e acessível para poucos, custando US$ 500 já com subsídios de operadora. Na época, Symbian, Palm, Windows Mobile e BlackBerry se mostravam como os verdadeiros adversários para o Android.
A capacidade de transformação do Android de acordo com a visão de cada fabricante e sua presença em diversas faixas de preço, no entanto, fez com que sua fatia de mercado fosse crescendo rapidamente, esmagando todos os concorrentes que não seguissem o seu caminho, com exceção da Apple. Nokia e BlackBerry são exemplos de empresas que estavam em seu auge em 2008 e foram quase extintas por apostarem em sistemas operacionais próprios diante do crescimento do Android.
O que talvez surpreenda muita gente é que a primeira versão do Android não era otimizada para o toque. Em 11 de novembro de 2007, o Google publicou no YouTube detalhes sobre a primeira versão beta, lançada na semana anterior. Alguns dos fundamentos do Android já estavam lá, como a interoperabilidade entre aplicativos, mas o fato é que o sistema ainda era pensado para ser comandado com teclas físicas, sem uma tela touch.
Quase um ano depois, o Android saiu da fase de beta e chegou à sua primeira versão final, no dia 23 de setembro de 2008, se concretizando em um aparelho conhecido por múltiplos nomes ao redor do mundo. Tratava-se do Dream, da HTC, que também foi chamado de T-Mobile G1 nos EUA e o Era G1 na Polônia. Neste momento, o Android já estava preparado para telas de toque, ainda que o primeiro modelo com o sistema ainda carregasse um teclado QWERTY deslizável.
O que aconteceu de lá para cá, todo mundo já sabe. O sistema operacional se tornou o mais popular do planeta, usado por quase todos os fabricantes de celulares. A Samsung despontou como o maior nome no ecossistema Android, criando uma rivalidade histórica com a Apple. O sistema passou a se expandir para outras esferas da tecnologia móvel, mirando também a internet das coisas e aparelhos vestíveis e se transformou em um dos principais carros-chefe de uma das três maiores de empresas de tecnologia do mundo. O Android é usado por bilhões e amado por mais alguns milhões, criando uma base leal de seguidores que são fiéis ao conceito de liberdade de personalização que o software promete, em contrapartida com os jardins fechados apresentados pela Apple.