Anatel apresenta modelo de licitação do 5G no Brasil

Faixa de frequência acima de 6 Ghz entrou nas concessões, mas preços ainda não foram definidos
Redação09/04/2019 19h46, atualizada em 09/04/2019 20h12

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Conectar e integrar aparelhos de todo o tipo em altas velocidades e baixíssimo tempo de espera, denominado latência. Essa é a promessa do 5G. No entanto, isso só será possível se as faixas que transmitirão a conexão ultrarrápida forem viabilizadas. E na última quinta-feira (04), os técnicos da Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações) concluíram o modelo de como será a licitação do 5G no Brasil. O processo que deve ocorrer em março de 2020.

O impasse para a transmissão de dados está nas faixas de frequência. Por “transportarem” quantidade significativa de informações, algumas dessas delas ficam congestionadas — seja por outras tecnologias ou interferências. Levando esse fenômeno em consideração, é razoável escolher uma determinada faixa ao invés de outra, para que serviços sejam melhor oferecidos ao consumidor. É o que acontecerá com o 5g.

De acordo com Abraão Balbino da Silva, superintendente da Anatel, as faixas de frequência que vão a leilão para a quinta geração de banda larga móvel são as de 700 Mhz, 2.3 Ghz, 3.5 Ghz, e 26 Ghz.

A inclusão da faixa de 26 Ghz é a grande novidade — e uma prova para tirar as promessas acerca do 5G do papel. Leonardo Euler, presidente da agência, já havia divulgado que as outras três entrariam no leilão para torná-lo mais atrativo.

O modelo de concessão ainda deve ser submetido à consulta pública e, para vigorar, terá que ser aprovado pelo conselho da Anatel. Só aí os preços a serem cobrados serão estabelecidos. Eles dependerão dos modelos de negócio que o 5G possibilitará. Diferente do 3G e 4G, que são ofertados apenas por operadoras, a inovação poderá ser ofertada tanto por elas, quanto por outros agentes.

Possibilidades

Abraão citou três exemplos de serviços, atualmente inviáveis, que só poderão deslanchar com o 5G: videogame sem console, carros que dirigem sozinhos e cirurgias à distância.

A nova rede permitirá que consoles de videogames não sejam mais necessários. Você precisa apenas do controle. Todo o resto estará na internet e em tráfego instantâneo. Essa realidade é tão inevitável que o Google já apresentou o Stadia, uma plataforma que permite executar os jogos via streaming. E com um poder de processamento maior do que os já tradicionais consoles Xbox One e Playstation 4.

O controle dos dispositivos da sua casa também estará unificado e na palma da mão, inclusive os carros autônomos. Eles conversarão entre si para controlar o tráfego sem intervenções humanas, pelo menos as diretas. Outra revolução se dará na saúde. A telemedicina permitirá que um médico, em outro continente, realize uma cirurgia em um paciente no Brasil sem que a sensibilidade do complexo procedimento seja afetada.

Esse tipo de tecnologia exigirá uma altíssima capacidade de transferência de dados, então a indústria busca faixas de frequência que efetivamente deem conta do recado. Recorreram àquelas acima de 6 Ghz (ondas ou bandas milimétricas). “As bandas milimétricas são as que habilitam toda essa loucura tecnológica mais visionária que eu falei”, completou o superintendente.

Porém, ainda sejam vantajosas, essas altas frequências desafiam as operadoras. O raciocínio é simples: quanto maior a faixa, mais antenas de transmissão são necessárias. Se tratando de ondas milimétricas, não estamos falando de torres gigantes separadas por quilômetros, mas sim em distâncias curtas, de metros. Ou seja, as empresas vencedoras do leilão terão que instalar mais antenas, posicionadas tanto em espaços públicos quanto internos.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital