Na última quarta-feira, a Amazon foi flagrada comercializando exemplares fraudulentos do livro “The Art of Assembly”, da editora No Starch Press. Bill Pollock, fundador da editora de livros de tecnologia, foi quem denunciou a situação em sua conta do Twitter, ao notar problemas no acabamento da versão vendida pelo site. O pior é que esse tipo de transtorno com a Amazon não é novidade para ele.
Na rede social, Pollock escreveu: “Acabo de descobrir um novo caso de violação de direitos autorais diretamente do CreateSpace da Amazon. Não é a primeira vez! Isso obviamente NÃO foi impresso pela No Starch. Por favor, reportem demais casos para nós”. Em 2017, outros cinco títulos falsificados da editora foram encontrados à venda no portal de comércio online.
Segundo reportagem da Arstechnica, as cópias foram impressas, aparentemente, pelo próprio serviço de impressão sob demanda da Amazon. A ferramenta é uma extensão do CreateSpace, espaço que permite que criadores de conteúdo auto-publiquem suas obras, tanto eletronicamente quanto no papel.
Impressão sob demanda. E sob desconfiança
O serviço oferecido pela Amazon, de grande importância para democratizar o acesso à leitura e à publicação de obras (segundo a própria empresa), tem apresentado inúmeras dificuldades para coibir fraudes. A Amazon até registra os editores no programa, mas não possui ferramentas para identificar, por exemplo, se o conteúdo carregado pertence a quem o publicou. Ou seja, pessoas podem copiar livros inteiros e publicá-los como seus no CreateSpace.
Os termos de responsabilidade da gigante do e-commerce são categóricos. Assim como seria para qualquer produto, os próprios autores e editoras são incumbidos de policiar o mercado em busca de falsificações. Porém, como os fatos recentes indicam, esse sistema não está funcionando bem.
Dois anos atrás, a Amazon lançou um esforço para reprimir produtos falsificados vendidos através do seu marketplace usando um registro de marca. Mas a pirataria de livros através do CreateSpace continuou inabalável.
Em comunicado oficial para a Arstechnica, a Amazon não comentou especificamente sobre o assunto: “A Amazon emprega diversas ferramentas, incluindo revisores manuais e automáticos, para proteger [as obras] contra abuso”. E completa: “Quando determinamos que qualquer desses tipos de fraude ocorrerram, tomamos as providências para impedir essas atividades.”