No final do passado, a Amazon escolheu as cidades de Nova York e Arlington para construir sua segunda sede. Com o anúncio, ainda que 40 mil empregos sejam supostamente criados com chegada da gigante, muitos preveem que os impactos negativos da vinda da companhia para essas cidades – o que inclui aumento do custo de moradia, sobrecarga do sistema de transporte público, etc – também seja grande. E para suavizar o golpe, a empresa anunciou que está com um plano para financiar cursos de ciência da computação para mais de 130 escolas de ensino médio na cidade de Nova York. 

Esse número representa cerca de um quarto do total de escolas na Big Apple. A Amazon vai pagar pelos cursos introdutórios e também pelos níveis avançados (que ajudam para uma colocação nas universidades) em  escolas de cinco distritos. O plano atende a uma grande necessidade nessas instituições, onde há escassez de aulas de programação, especialmente considerando o número de empregos que poderiam usar programadores.

Ao mesmo tempo, isso ajuda a Amazon a criar mais interesse entre os estudantes, que podem aspirar trabalhar na companhia. O financiamento é parte do programa Future Engineer – também criado pela Amazon – que promete financiar aulas de informática para mais de 100.000 crianças carentes em 2.000 escolas secundárias de baixa renda nos Estados Unidos.

Que iniciativa boa, não? Mas antes de darmos parabéns à gigante da tecnologia, é importante dar uma checada na lista das escolas escolhidas. Muitas das que estão na lista já são bem financiadas, como a Townsend Harris High School, no Queens, ou a Manhattan High School for Girls. Além disso, muitas das instituições selecionadas estão localizadas em bairros relativamente ricos e têm admissão limitada, exigindo que os alunos tenham uma média alta em seus boletins para serem aceitos.

Embora a lista inclua algumas escolas públicas mais desfavorecidas, devemos examinar se a Amazon realmente está fazendo uma diferença significativa para aqueles que mais precisam dela ou se está apenas fazendo uma ação de relações públicas para impressionar os nova-iorquinos mais cautelosos em relação a sua chegada na cidade.