O terreno minado que os Estados Unidos estão preparando para a Huawei está se disseminando entre os negócios da empresa e já causa as primeiras baixas graves. De acordo com a imprensa internacional, a companhia chinesa planeja vender por completo sua divisão de cabos submarinos de Internet e está reduzindo sua produção de smartphones.

As suspeitas de espionagem envolvendo à Huawei e sua relação com o governo chinês, somadas às recentes sanções dos EUA à multinacional são as principais causas do declínio da reputação da empresa e, consequentemente, afetam suas parcerias comerciais.

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A Huawei Marine Systems é o segmento da empresa em operações de cabos intercontinentais de fibra óptica, da qual detém uma parcela de 51%. Criada em 2009, já implantou mais de 50 mil quilômetros de cabos em 90 projetos. As gigantes Microsoft, Facebook e Google, por exemplo, também têm uma série dos equipamentos espalhada pelos oceanos.

A divisão enfrenta dificuldades para manter e firmar novos contratos depois que a Huawei começou a ser acusada de usar suas tecnologias para fazer espionagem para a China. Por conta das suspeitas, possíveis parceiros veem com incômodo negócios com uma empresa que está constantemente em evidência. Com os problemas financeiros, a fabricante chinesa está vendendo sua parte da Huawei Marine Systems para a também chinesa Hengtong Optic-Electric. A venda foi oficializada na Bolsa de Valores de Xangai e o preço da transação não foi divulgado.

Além de renunciar às operações com cabos submarinos, a Huawei está reduzindo sua produção de smartphones na fábrica de Shenzhen, na China, segundo o jornal South China Morning Post. A reportagem aponta que a Foxconn, parceira taiwanesa de montagem de muitos fabricantes de celulares, verificou que a Huawei interrompeu “várias linhas de produção de telefones nos últimos dias, devido à redução de pedidos de novos telefones”. Não se sabe se a pausa é permanente.

O encolhimento no setor ocorre como resultado das sanções dos Estados Unidos à Huawei, impedindo empresas norte-americanas de negociar com a multinacional, o que culminou com o Google suspendendo a licença de uso do Android nos smartphones da companhia, além de Intel, Qualcomm e outras, não fornecendo mais componentes para a montagem dos telefones.

A Huawei não se posicionou oficialmente sobre ambos os acontecimentos.

Via: The Verge