As escolas estaduais de São Paulo vão ensinar os alunos do ensino médio a identificar fake news. A nova disciplina, que será eletiva, começa no ano que vem do 6º ao 9º ano. Pesquisas indicam que os estudantes mal conseguem diferenciar um conteúdo patrocinado de uma reportagem.
Rossieli Soares, secretário de Estado da Educação afirmou: “Notícia falsa não foi criada pela tecnologia. Sempre existiu, mas não tinha tanto poder de multiplicação. Hoje, a relação mudou com as redes sociais e foi para dentro da escola”.
Segundo Soares, a proposta é desenvolver no aluno o pensamento crítico, habilidade prevista na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “Não podemos instrumentar o estudante a ter uma opinião formada, mas podemos garantir que as fontes que ele procura sejam seguras e que ele faça comentários com responsabilidade”, apontou Soares.
A nova disciplina tratará de questões como leitura crítica, escrita, produção de conteúdo e participação ética e responsável do aluno na internet. “Vamos passar por todos os conteúdos de educação midiática, incluindo ensinar estudantes a reconhecer o que é notícia, identificar gêneros textuais, saber como se checa, avalia e traduz uma notícia”, afirmou Patrícia Blanco, presidente do Palavra Aberta, instituto responsável pela elaboração dos planos de aula.
Um estudo realizado pela Universidade de Stanford mostrou que 96% dos alunos entrevistados não investigaram a credibilidade da fonte e deram atenção a outros fatores, como domínio “.org” e ausência de anúncios. Dois terços dos alunos não sabiam diferenciar notícias de anúncios na página de uma revista norte-americana.
Além da disciplina eletiva, nomeada “Educação Midiática: Muito Além das Fake News”, o tema vai ser incorporado de forma interdisciplinar às aulas de tecnologia, especialmente as que tratam de mídias digitais e letramento digital.
Via: UOL