Ontem a Lenovo anunciou que iria extinguir a marca Motorola. Ela vai se transformar em “Moto by Lenovo”, para fortalecer os laços entre a marca Motorola e a sua fabricante, que adquiriu a marca por US$ 2,9 bilhões no começo de 2014.
Para os usuários de smartphones da marca, nada vai mudar, e as linhas Moto continuarão a ser fabricadas e atualizadas. Simbolicamente, no entanto, o fim da marca Motorola é um marco na história dos smartphones.
Ao longo de sua história, a Motorola criou uma série de celulares – e, depois, smartphones – que foram decisivos nos momentos em que saíram. Algumas de suas criações viraram verdadeiros marcos de suas respectivas épocas, e as tentativas de menor sucesso da empresa também oferecem uma perspectiva interessante sobre as histórias dos dispositivos móveis.
Pensando nisso, resgatamos sete aparelhos da Motorola que merecem ser lembrados. Confira:
V3
Nenhuma história de aparelhos da Motorola estaria completa sem o icônico V3. O celular vendeu ao todo mais de 130 milhões de unidades, segundo estimativas, graças ao seu design incomparavelmente fino (para a época, pelo menos), suas configurações competentes e as inúmeras versões diferentes em que foi lançado. E, é claro, ele também tinha o inconfundível toque “Hello Moto” que ainda volta à cabeça de muita gente simplesmente ao ver o dispositivo.
W230/W270
Houve um momento na história em que celulares e computadores eram coisas absolutamente distantes. E, nessa época, um celular com capacidade de tocar música – não apenas toques polifônicos – era algo impressionante. Esse foi o caso do W230 e do W270 da Motorola, que vinham com MP3 Player e rádio FM. Eles também vinham com cartões de memória de 256MB ou 512MB, e custavam entre R$ 170 e R$ 200.
Motozine ZN5
Em 2008, a Motorola fez uma parceria com uma empresa que poucas pessoas, hoje em dia, imaginariam: a Kodak, conhecida pelos seus filmes fotográficos. O resultado foi o Motozinhe ZN5, um celular com uma câmera de 5MP (e uma bela espessura por conta da câmera). Mesmo sendo de 2008, o dispositivo já tinha algo que até hoje as fabricantes parecem não fazer questão de incluir em seus aparelhos: slot para cartão microSD (embora ele suportasse apenas cartões de, no máximo, 4GB).
ROKR E1
A Apple e a Motorola se unirem para lançar um celular pode parecer coisa de algum universo paralelo, mas isso realmente aconteceu. No distante ano de 2004, as duas empresas lançaram o MotoROKR E1, que entraria para a história como “pai do iPhone”. O aparelho tinha um teclado numérico tradicional, câmera de 0,3MP, tela com resolução 176×220 píxels e espaço para 100 músicas do iTunes. Quem diria que em dez anos chegaríamos tão longe.
MotoROKR W6
Numa época em que os celulares saíam da caixa com os mesmos aplicativos com os quais iriam para a reciclagem – já que as lojas do Google e da Apple ainda eram uma realidade distante para a maioria dos usuários – a Motorola lançou o MotoROKR W6, um celular voltado para entusiastas dos esportes. Isso significa que ele possuía um software voltado para saúde, bem-estar e prática de exercícios, com os recursos limitados disponíveis em 2008. O mais interessante, porém, é que tanto o design do aparelho quanto o software fitness dele eram totalmente brasileiros.
Krave ZN4
Embora ele hoje em dia seja pouco lembrado, o Krave ZN4 merece um lugar de destaque: lançado em 2008, ele foi o primeiro celular com tela sensível ao toque da Motorola a chegar ao ocidente: a empresa já tinha lançado outro modelo, chamado Ming, com uma tela dessas, mas ele ficou restrito aos mercados orientais. Mesmo sendo touchscreen, ele ainda tinha uma capinha transparente no estilo flip, e o alto-falante do aparelho ficava na parte de cima quando ele era aberto.
Moto G 2014
Poucos produtos em qualquer categoria conseguiram atingir o equilíbrio entre preço e qualidade que o Moto G 2014 atingiu. Não foi à toa que o smartphone ficou conhecido como “o rei do custo-benefício”, nem que ele tenha se tornado o celular mais vendido da Motorola, apesar da considerável competição que ele teve. Versões mais novas dele melhoravam alguns de seus pontos fracos, como o armazenamento interno, mas colocaram ele numa faixa de preço menos atraente num momento em que a concorrência já era mais forte. Vai ser difícil algum dispositivo acertar tão em cheio quanto o Moto G acertou em 2014.