Acusado de roubar Google, ex-engenheiro da Uber teria também espionado a Tesla

Redação16/01/2018 14h52, atualizada em 16/01/2018 15h09

20180116125836

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Anthony Levandowski é um nome que tem se repetido com frequência no noticiário de tecnologia. O ex-engenheiro da Uber fundou uma religião que tem uma inteligência artificial como “deus”; é acusado de roubar segredos do Google e levar para a Uber; e, agora, novas acusações surgem contra ele.

A Wired descobriu um novo processo aberto contra Levandowski nos Estados Unidos, agora movido por Erika Wong, uma mulher que diz ter trabalhado como babá dos dois filhos do ex-engenheiro entre dezembro de 2016 e junho de 2017. Ela cobra US$ 6 milhões na Justiça por violações de leis trabalhistas.

O que chama a atenção no processo de 81 páginas, porém, são os relatos de diversos momentos observados por Wong que colocam Levandowski no centro de outras polêmicas, e como culpado na ação do Google. Tudo isso incluindo detalhes como nomes ouvidos em conversas ao telefone, placas de carros e outras informações.

Wong descreve que, uma semana depois que a Waymo, empresa-irmã do Google, abriu um processo contra a Uber por conta dos supostos documentos roubados por Levandowski, a babá ouviu o patrão falando com sua madrasta ao telefone para que ela “tenha certeza de que Pat Green seja pago”.

Pat Green seria Patrick Green, um engenheiro da Tesla que estaria recebendo propina para vazar informações sobre o caminhão autônomo que a empresa preparava na época, o Semi, e que foi anunciado oficialmente em novembro. O nome da Tesla também teria surgido em outras conversas ouvidas pela ex-babá.

Segundo Wong, Levandowski disse ao irmão, pelo telefone, em 27 de abril de 2017, que ele “continue trabalhando com Pat Green”, porque ele precisava de “atualizações sobre os caminhões da Tesla, a tecnologia não-lidar é crucial, e os chips da Nvidia”. “Podemos fazer dinheiro com os dois”, teria dito o ex-engenheiro.

Lidar é o nome utilizado pela principal tecnologia de carros autônomos da Waymo e da Tesla – são como radares que captam informação por luz, e não rádio. A argumentação apresentada por Wong é de que Levandowski estaria recebendo segredos da Tesla, Nvidia e outras empresas para vendê-los a concorrentes ou utilizá-los em seus próprios negócios.

O ex-engenheiro é um dos fundadores da Otto Trucking, uma startup que trabalha com caminhões autônomos, e também da Tyto Lidar, startup que desenvolve sensores de lidar para carros autônomos.

O processo movido pela Waymo contra a Uber acusa Levandowski dos mesmos crimes. A empresa-irmã do Google diz que, após deixar o cargo lá, o ex-engenheiro levou consigo milhares de documentos secretos sobre a tecnologia de carros autônomos da empresa.

Esses segredos teriam sido empregados pela Uber, que também tem um projeto de carros autônomos. Hoje, Levandowski não trabalha mais na Uber, mas é acionista de diversas startups ligadas ao mesmo tema. Além disso, a igreja que ele fundou para venerar uma inteligência artificial também é suspeita de lavagem de dinheiro.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital