Depois de um carro autônomo da Uber matar uma pessoa na cidade de Tempe, nos Estados Unidos, a Toyota anunciou que pretende suspender os seus testes com carros autônomos em vias públicas. De acordo com o New York Times, a montadora japonesa continuará a testar os veículos, mas em três ambientes fechados no país.

Assim como os carros autônomos da Uber, os veículos da Toyota conseguem se operar sem a necessidade de um motorista humano. Mesmo assim, sempre há um condutor presente durante os testes para o caso de o veículo se descontrolar – se isso ocorre, o condutor assume. “Falamos para nossos motoristas tirarem alguns dias de folga para que possamos avaliar a situação”, disse um representante da Toyota ao jornal.

publicidade

Segundo a BBC, a empresa disse estar preocupada com o “efeito emocional” que o incidente pode ter sobre os condutores que ficam dentro do carro enquanto ele se dirige. Por enquanto, ela não tem um prazo para retomar os testes em vias públicas. A Ford e a General Motors, por outro lado, continuam a testar seus carros autônomos apesar do incidente.

“Nossos planos de lançar [o serviço] comercialmente em ambientes urbanos densos em 2019 se mantém inalterado mas, como dissemos desde o começo, não lançaremos até que estejamos satisfeitos de que é seguro fazê-lo”, disse a General Motors em uma declaração enviada para o Times. Por ora, o incidente da Uber ainda está sob investigação.

Repercussão

Por meio do Twitter, a professora de engenharia da Universidade de Duke, Missy Cummings, o acidente fatal do carro da Uber deve mostrar a necessidade de uma maior regulação desse tipo de pesquisa. “Espero que o Congresso tome nota e pare de se apressar para lançar essa tecnologia imatura”, disse a professora. Ela ainda considerou que o órgão regulador de transportes terrestres dos EUA, a NHTSA, deve criar testes de certificação para que as empresas possam começar a testar os carros. Seu tweet está abaixo:

Embora a tecnologia tenha o potencial de reduzir drasticamente o número de acidentes de trânsito, ainda existe uma preocupação de que ela esteja sendo introduzida de maneira prematura. De acordo com uma pesquisa do ano passado feita pelo Pew Reasearch Center, menos da metade dos cidadãos dos Estados Unidos disse que andaria em um carro autônomo se tivesse a oportunidade.