O ano de 2018 foi o marco para o mercado de marketing digital, principalmente para o ‘novo’ segmento de mobile marketing. Vimos que os investimentos nos canais digitais cresceram. No entanto, segundo um estudo feito pela Nova Escola de Marketing, muitas empresas que se voltaram para esses meios ainda investem em mecanismos “ultrapassados”, como Google Ads e Facebook Ads. Falo ultrapassado, pois o retorno de campanhas por meio dessas ferramentas tende a ser baixo, se comparado a outras ferramentas e estratégias mais especializadas adotadas por empresas mais experientes.

Nota-se que empresas de aplicativos, por exemplo, utilizam estratégias e ferramentas específicas para marketing de aplicativos para rodar suas campanhas de aquisição de novos usuários e estratégias de reengajamento de usuários ativos. Para quem deseja se inserir no mercado de negócios em aplicativos, vale prestar atenção nas diferenças entre os sistemas operacionais usados pelos dispositivos móveis da Apple e de outras marcas. Deixo alguns pontos de destaque para empresas e desenvolvedores que miram no Android e no iOS.

Base instalada iOS x Android

Para quem quer começar a empreender no mundo dos aplicativos, o primeiro ponto a estar atento é em relação ao mercado consumidor potencial do seu negócio. No Brasil e em muitos países do mundo, a grande maioria das pessoas utilizam um smartphone com sistema operacional Android. Segundo a pesquisa da Mobile Time, 89% dos entrevistados possuem celulares com sistema operacional Android, seguidos de 8% com sistema iOS, 2% de Windows Phone e 1% que não souberam informar.

Para os desenvolvedores é preciso prestar atenção nas atualizações disponíveis para cada sistema. De acordo com a opinião de muitos desenvolvedores, o sistema operacional iOS é menos propenso a vírus e hackers, por conta dos seus ajustes e correções de versões planejados e desenvolvidos pela Apple, sendo responsável tanto pelo hardware como do software, oferecendo maior segurança aos seus usuários. A Apple Store possui um processo de aprovação de aplicativos mais burocrático e rigoroso, o que aumenta a segurança dos usuários também.

Custo de campanhas de marketing para o anunciante de apps

A empresa que opta por fazer uma campanha de aquisição de usuários de Android costuma ter um gasto mais em conta (custo de aquisição por usuário). O preço de aquisição de uma instalação costuma ser de 20 a 50% mais barata, porém não é uma regra.

A diferença do número de usuários Android em relação aos de iOS pode ser explicada pelo fato de que existem modelos de aparelhos de sistema Android de todas faixas de preço desde as mais baratas às mais caras. Isso permite que pessoas de poder aquisitivo mais baixo tenham acesso a um aparelho smartphone.

 

Qualidade dos usuários

Os usuários do sistema iOS, em geral, têm maior poder aquisitivo, um ticket médio maior, além de frequência e consumo mais altos, ou seja, as métricas de monetização acabam sendo superiores, pois há mais transações dentro do aplicativo. O ticket médio dos dispositivos de Android tendem a ser mais baixos. Para o anunciante isso é um ponto a ser levado em conta, pois reflete no retorno esperado, o ROI para sistemas Android são menores, mas que são compensados pelo volume de negócios, já que existem mais usuários de Android e consequentemente mais clientes potenciais

Capacidade de armazenamento e conexão

Grande parte da população que usa Android possui aparelhos com preço mais acessível, consequentemente com menor poder de processamento e espaço de armazenamento. Esses usuários não conseguem baixar muitos aplicativos e nem os deixar instalados por muito tempo para não pesar e deixar mais lento o aparelho. Isso para os desenvolvedores é ruim, pois a plataforma tem uma retenção de usuários menor. Nesse caso, as campanhas de reengajamento precisam convencer aquele usuário a apagar um aplicativo para poder reinstalar o seu, e não o de um concorrente.

Quanto ao número de aplicativos disponíveis, a Google Store (2 milhões e 100 mil) apresenta 100 mil aplicativos a mais que a Apple Store (2 milhões).

Desenvolvedores devem estar atentos a outros aspectos ao planejar o lançamento e investimentos em promoção de seus aplicativos. A qualidade de conexão de internet, por exemplo, pode afetar na popularização de seus aplicativos, já que algumas aplicações demandam de uma boa conexão de dados para funcionar corretamente e oferecer uma boa experiência para os usuários. Isso é notado em aplicativos estrangeiros, dos Estados Unidos ou da Coréia do Sul por exemplo, onde a internet é muito rápida, e ao serem usados no Brasil, onde a conexão com a internet é muitas vezes instável e com baixa velocidade, podem não funcionar direito ou apresentar problemas de “travamento” ou “lentidão”.

Esses são apenas alguns pontos que as companhias podem e devem analisar na hora de colocar seus aplicativos em uso e investir em promoção. O potencial do mercado mobile é imenso e deve crescer ainda mais. Aos empreendedores do mercado mobile, as oportunidades estão aí, mas como todo negócio, deve haver muito trabalho de pesquisa e planejamento para que as coisas deem certo.