O próximo grande campo de batalha da tecnologia já está preparado, e Apple, Google e Microsoft estão saindo atrás da concorrência. Se a CES, a maior feira de tecnologia do planeta, for parâmetro para o mercado, a Amazon saiu na frente da concorrência com a assistente Alexa, que está sendo incorporada em inúmeros dispositivos para automação doméstica.
Não é nenhuma surpresa o fato de a inteligência artificial ser a menina dos olhos do mercado de tecnologia nos próximos anos. Satya Nadella, CEO da Microsoft, já deixou isso bem claro: a IA chega para tomar o lugar dos aplicativos como a principal interface entre nós e as máquinas. O que surpreende é o fato de que as três maiores empresas do ramo tenham sido passadas para trás.
Antes de tudo, que fique claro: não estamos falando em qualidade. Nem sempre nesta indústria o melhor é quem de fato leva a melhor. Estamos falando sobre a capacidade de disponibilizar o seu serviço para o público para poder monetizá-lo efetivamente. Neste sentido, não há comparação: Siri, Google Assistente e Cortana ainda são profundamente limitados, enquanto a Alexa já está presente em purificadores de ar, carros, monitores de bebês, caixas de som, geladeiras… basicamente, se a categoria de produtos existe e pode ser conectada à internet, existe pelo menos um desses aparelhos equipado com a Alexa.
Quem está mais perto do que a Amazon está fazendo é o Google. A empresa já apresentou o Google Home, que é um competidor à altura do Amazon Echo, mas a diferença é que a assistente Alexa pode ser facilmente espalhada por toda a casa graças à diversidade de aparelhos que contam com a possibilidade. Enquanto isso, o Google tem ao seu lado os smartphones Android, mas o problema é que cada pessoa tem no máximo um celular; não há limites para quantos aparelhos conectados com a assistente da Amazon você pode espalhar pela residência.
Mas o que a Alexa pode fazer para estar presente em todos esses dispositivos? Basicamente a mesma coisa que Siri, Cortana e Google Assistente: interagir com aplicativos por meio de comandos de voz e, caso o usuário tenha equipamentos domésticos conectados, é possível comandá-los por meio da assistente. É como o Google Home faz, com a diferença de que a Alexa já se tornou onipresente.
A vantagem de estar por toda parte antes da concorrência permite que a Amazon direcione seus usuários para os seus serviços e suas plataformas próprias, alavancando também o consumo a partir de sua própria loja. Não só isso: se a concorrência não começar a se mexer, está arriscada a ver a Amazon dominar o reconhecimento do público quando se trata da tecnologia de inteligência artificial doméstica. Isso pode minar permanentemente as chances de recuperação no futuro.
Tudo isso parece um pouco distante no Brasil, onde o conceito de casa conectada ainda está engatinhando por questões financeiras. No entanto, as tecnologias podem demorar, mas elas chegam. E, se as coisas continuarem como estão, é possível que tenhamos um mercado dominado pela Amazon. Isso provavelmente não seria uma boa, visto que a atuação da empresa no país é bastante limitada (apenas vende livros e oferece o Amazon Prime Video), então Microsoft, Google e Apple, que são empresas muito mais atuantes no Brasil, precisam agilizar as coisas.