A Microsoft parece que está assimilando que realmente falhou em sua empreitada no mercado de smartphones. Desde que resolveu entrar na cabeça no setor, a gigante dos computadores não conseguiu mostrar a que veio e cada vez mais dá sinais de que está perto de desistir de competir pelo reinado dos dispositivos móveis.

Prova de que os resultados não estão agradando os executivos da empresa são os números ruins obtidos no último relatório financeiro. A companhia vendeu 2,3 milhões de aparelhos celulares da marca Lumia nos últimos três meses, 73% a menos do que no mesmo período de 2015.  

O envolvimento da Microsoft com celulares, porém, começa muito antes do primeiro Lumia ter chegado às lojas. Em 2006, a companhia apostava que o sistema operacional Windows Mobile 5 iria estourar e dominar os smartphones. No entanto, menos de um ano depois, a Apple lançou o revolucionário iPhone e a Google apresentou ao mundo o sistema operacional Android.

Foi nesta época que começaram os primeiros contatos entre Microsoft e Nokia. Enquanto a primeira se via excluída do mercado de smartphones, a segunda presenciava as vendas de seus aparelhos despencarem com a forte entrada de concorrentes que apostavam nas novas tecnologias. Em 2010, a Nokia contratou Stephen Elop, um ex-diretor da Microsoft, para ocupar o cargo de CEO.

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Já no ano seguinte, Elop, que havia declarado que a Nokia estava em um momento de transição, resolveu apostar que sua antiga empresa poderia salvar a companhia. Assim, em fevereiro, nasce uma parceria estratégica entre Nokia e Microsoft para a difusão do Windows Phone, sistema operacional que tentaria roubar usuários do Google e da Apple.

Assim, deu-se em 2011 o nascimento do primeiro smartphone com o sistema operacional da Microsoft. O N9 foi lançado com a versão Windows Phone 7 já instalada e, mesmo com boas críticas, recebeu algumas avaliações negativas, principalmente pela incompatibilidade com aplicativos de outras plataformas, problema que ocorre até hoje. As vendas não foram suficientes e o mês de janeiro de 2012 marcou a última vez que a empresa conseguiu vender mais de 100 milhões de telefones em um trimestre.

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Mesmo assim, a Microsoft achava que poderia salvar a Nokia e a Nokia acreditava que sua salvação estava nas mãos da Microsoft. Por isso, em 2013, a venda da companhia foi fixada no valor de quase US$ 5 bilhões somados com o custo das patentes.

Mesmo com uma mudança no comando e com a volta de Elop para a Microsoft, a empresa ainda não conseguiu lançar algo que realmente pudesse fazer com que os usuários de Android e iOS trocassem de aparelhos. Na última apresentação da companhia para mostrar as atualizações do Windows 10, pouco se falou sobre o Windows Phone e parece que isso não será novidade nos próximos meses.

Vale lembrar que, em entrevista ao The Verge durante a Build 2016, Terry Myerson, vice-presidente da Microsoft, afirmou que os celulares não são o foco da companhia neste momento. Apesar disso, o executivo garantiu que a empresa não desistiu dos smartphones, mas que agora está redirecionando os esforços para outras áreas. 

A impressão deixada é que a Microsoft falhou, mas ainda não quer admitir a derrota.