A China avança! Mais de um terço dos smartphones do mercado europeu vem de lá

Enquanto enfrentam resistência nos EUA, empresas chinesas cresceram no mercado europeu, alcançando vendas de 42,5 milhões de celulares
Redação14/02/2019 19h14, atualizada em 14/02/2019 23h30

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Em seu último relatório sobre vendas de smartphones na Europa em 2018, a Canalys, organização que analisa mercados de tecnologia, mostrou que 32% dos celulares no continente foram de fabricantes chineses. A Huawei detém a maior parte dessa parcela, com 23% de participação, referente ao último trimestre do ano passado.

Com 42,5 milhões de unidades vendidas, a companhia chinesa alcançou o terceiro lugar no comércio europeu de smartphones. Xiaomi e HMD Global (que controla a Nokia) também cresceram, conquistando o quarto e quinto lugares, respectivamente.

Os números apresentados pela Canalys confirmam a ascensão dos smartphones chineses na Europa.

Além disso, o valor atingido pela Huawei a encaminha na contramão da tendência de venda de outras líderes em tecnologia. Enquanto ela cresceu em 54% na quantidade de dispositivos importados para a Europa, a Samsung sentiu queda de 10% em suas remessas no continente em relação à 2017, totalizando 61,6 milhões unidades vendidas; já a Apple caiu 6%, com venda de 42,8 milhões de celulares. Mesmo com essas quedas, a Samsung e a Apple conquistaram a 1° e o 2° posições, respectivamente, na região.

A diminuição do número de dispositivos vendidos na continente europeu é sentida no desempenho total desse mercado na Europa: estimativas da Canalys mostram que as vendas europeias de smartphones caíram 4% em 2018. Quanto ao último trimestre desse ano, os negócios sentiram queda de 2%.

Se essas tendências continuarem, a Huawei poderá garantir o segundo lugar, atrás apenas da Samsung, no começo deste ano, mantendo-se assim pelo menos até a próxima atualização do iPhone em setembro.

Enquanto cresce no continente europeu, a Huawei enfrenta resistência e acusações criminosas das autoridades dos Estados Unidos. A diretora financeira da corporação, Meng Wanzhou, está sendo acusada de fazer negócios com o Irã entre 2009 e 2014, violando as sanções econômicas impostas contra o país pelos EUA.

A investigação resultou na prisão de Wanzhou por autoridades canadenses em dezembro de 2018, mas a CEO foi liberada no dia 11 do mesmo mês e negou todas as acusações contra ela. Agora, ela aguarda julgamento em liberdade condicional e, se considerada culpada, pode até mesmo ser extraditada para os EUA.

Mas, de acordo com o analista sênior da Canalys, Ben Stanton, isso foi positivo para o mercado europeu de smartphones. “A administração dos EUA está fazendo com que as empresas chinesas invistam na Europa. O mercado europeu está maduro e as taxas de reposição aumentaram, mas há uma oportunidade para as marcas chinesas deslocarem o mercado [para a Europa]”, observou Stanton.

Para ele, empresas como Huawei e Xiaomi trouxeram uma concorrência que surpreendeu seus rivais ao usar seu tamanho contra as marcas menores que atuam nos países do continente.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital