Youtubers criticam regulamentação de vídeos infantis no YouTube

Criadores de conteúdo alegam que as novas regras vão trazer prejuízos financeiros e reduzirão a qualidade dos programas na plataforma
Redação05/11/2019 22h24, atualizada em 06/11/2019 00h40

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Um grupo de criadores de vídeos está protestando contra um plano da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, a FTC. A agência pretende regulamentar vídeos para crianças no YouTube, o que, segundo os youtubers, vai trazer prejuízos financeiros e uma redução de qualidade do conteúdo na plataforma. Nesta terça-feira (5), donos de canais infantis de destaque exigiram mudanças no acordo com a FTC e criaram uma petição nas redes.

Em setembro, a agência multou o YouTube e seu dono, o Google, em US$ 170 milhões, por violar as leis de privacidade ao rastrear crianças ativas na internet. Com o acordo, o YouTube também concordou em não exibir anúncios personalizados – que dependem do comportamento de navegação do usuário e de outros dados de direcionamento – em vídeos que seriam direcionados a crianças.

“Desligar anúncios personalizados no conteúdo dos criadores causará mais mal do que bem, especialmente para crianças”, diz a petição da Change.org. “O conteúdo de qualidade para a família diminuirá, enquanto o conteúdo mais maduro crescerá – mas as crianças ainda estarão assistindo”. A petição foi iniciada por Jeremy Johnston, criador do canal J House Vlogs, com quase 2 milhões de inscritos.

Vídeos para crianças estão entre os mais assistidos no YouTube. O Cocomelon, um canal de rimas infantis, é o terceiro canal mais popular do site, de acordo com o site SocialBlade. Like Nastya, uma criança que produz vlogs, ocupa o quinto lugar.

Uma questão polêmica

A popularidade da programação infantil colocou o YouTube em uma posição desconfortável. A empresa sustenta a ideia de que o site não é para crianças e não permite menores de 13 anos. Além disso, criou um app separado para crianças, o YouTube Kids, mas seu público é cerca de 1% do alcance total do YouTube.

A FTC está revisando como as empresas de tecnologia coletam dados sobre menores de idade, uma prática regulamentada pela Lei de Proteção à Privacidade Online das Crianças, ou COPPA. Muitos criadores estão ansiosos com essas atualizações e as novas restrições no YouTube, que entram em vigor em janeiro. As regras colocam o ônus no criador para identificar se a programação é para crianças.

Quando as restrições aos anúncios personalizados entrarem em vigor, alguns YouTubers poderão observar uma queda na receita do serviço de vídeo. Essas regras punem os criadores de maneira injusta, de acordo com Johnston. “A verdade é que os pais não estão tão preocupados com anúncios personalizados quanto a FTC faz parecer”, diz à Bloomberg.

Os criadores da petição querem que a FTC adie a aplicação das novas leis e reduza a faixa de vídeos afetados: uma preocupação particular é a maneira como a agência define um vídeo voltado para crianças. O YouTube afirmou que seguirá as novas regras, mas também incentivou os criadores a expressar suas opiniões.

Fonte: Bloomberg

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital