Vendas de computadores podem cair no Brasil este ano

Mercado teme retração: dólar alto e fim de incentivos podem ter impacto negativo
Luiz Nogueira27/03/2019 13h21

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Segundo dados levantados pela consultoria IDC Brasil, o segmento de PCs, especificamente de notebooks, manteve o aumento no número aparelhos vendidos. Em 2017, o ano fechou com um aumento de 15% em vendas. No ano seguinte, esse aumento foi menor, 7,5%. De qualquer forma, o ano terminou com a venda de 5,575 milhões de computadores.

A receita também subiu, atingindo um percentual de 17%, isso representa um faturamento de R$10,4 bilhões que diz respeito à venda de notebooks e R$3,7 bilhões na venda de desktops. A diferença significativa na venda de notebooks e de desktops pode ser resultado da aposta das empresas em oferecer mobilidade a seus usuários, com o alto investimento em performance de aparelhos portáteis.

Em termos de preço, também houve aumento: os notebooks ficaram 10% mais caros, e os desktops subiram 8%. Wellington La Falce, analista do IDC Brasil, disse que “a oscilação do dólar continuou impactando no preço, mas o mercado conseguiu crescer com a ajuda do setor corporativo, que investiu bastante em notebooks para oferecer mais mobilidade ao colaborador.”

Esse crescimento devido ao mercado corporativo, ao qual La Falce se refere, diz respeito ao número de notebooks vendidos para as empresas. Dos 3,92 milhões de notebooks comercializados, 903 mil foram para pessoas jurídicas.

Se os números foram positivos nos dois últimos anos, 2019 chegou com incertezas. A IDC Brasil acredita em um período de dificuldades nesse primeiro trimestre. “No fim de 2018, o mercado não vendeu tanto quanto esperava, e o ano virou com os estoques cheios. Por conta disso, pode não haver abastecimento no varejo nos primeiros meses. Além disso, os preços podem aumentar de novo, caso as liminares contra o fim dos incentivos da Lei de Informática sejam derrubadas, impactando os preços no varejo”, informa La Falce.

Tudo isso pode resultar em uma retração do mercado, o que pode resultar numa inversão da curva em relação aos dois anos anteriores.


Via: Telessíntese

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital