Um novo estudo de pesquisadores italianos aponta que o novo coronavírus, agente causador da Covid-19, sofre mutações em uma velocidade “relativamente baixa“.
Segundo informações do TechCrunch, o experimento foi conduzido por dois grupos de cientistas. Um deles relacionado ao Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Lazzaro Spallanzani; e o outro ligado ao Departamento de Ciências Biomédicas e Saúde Pública do Hospital Universitário de Ancona.
Os pesquisadores fizeram o sequenciamento genético de amostras do vírus retirados de pacientes italianos. Em seguida, compararam o resultado com os genomas sequenciados de organismos coletados há dois meses de pacientes de Wuhan, cidade chinesa considerada o primeiro epicentro da Covid-19.
Foram identificadas cinco variantes genéticas. De acordo com o estudo, isso é uma indicação preliminar que o genoma do novo coronavírus se manteve, em grande parte, estável durante o percurso de transmissão em diferentes locais e populações.
Além disso, a reportagem cita que o estudo italiano apresenta resultados iniciais semelhante com trabalhos da Universidade de Medicina de John Hopkins e outras instituições de pesquisa no mundo.
Por que isso é importante?
As informações a respeito da mutação do novo coronavírus são especialmente relevantes para o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19.
Isso porque as vacinas correspondem a injeções de vírus atenuados (ou seu código genético no caso da tecnologia gênica) no corpo do paciente, com o objetivo de informar ao organismo as características do vírus aplicado. Dessa forma, o sistema imunológico humano desenvolve anticorpos adequados para bloquear a ação dos agentes infecciosos.
Quando um vírus apresenta mutações, no entanto, ele é capaz de desenvolver novas características. Os anticorpos produzidos pelo organismo humano anteriormente podem não ser mais adequados para neutralizar o vírus, invalidando a imunidade proporcionada pela vacina.
É o que acontece com a gripe, por exemplo. Por conta da mutação constante do vírus, todos os anos é recomendado que pessoas acima de 60 anos recebam a dose de uma nova vacina contra a doença.
Apesar dos resultados animadores, o estudo italiano não vai antecipar uma solução para a vacina contra a Covid-19, que deve demorar de 12 a 18 meses. Isso porque, para aprovar uma vacina adequada, são necessários amplos testes clínicos.
Fonte: TechCrunch