Veja o que acontece quando lixo espacial se choca com a Estação Espacial

Renato Santino12/05/2016 22h59

20160512200055

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A ISS (Estação Espacial Internacional na sigla em inglês) é uma obra incrível de engenharia, iniciada em 1998 e concluída em 2011. Não fosse fruto de profundos estudos e cuidado, ela provavelmente já estaria irremediavelmente danificada. Quer uma prova? O astronauta Tim Peake mostrou o que acontece quando um fragmento mínimo se choca contra a estação.

 Reprodução

A imagem acima mostra o que aconteceu com o módulo Cupola da estação. Segundo o astronauta, isso aconteceu graças a um floco de tinta ou um fragmento metálico que não deve ser maior que alguns milésimos de milímetro. Ou seja: um objeto minúsculo e superleve foi capaz de fazer este estrago em uma janela, com uma lasca de 7 milímetros no vidro altamente reforçado.

O problema é que a ISS orbita a Terra muito rápido. A estação completa aproximadamente 15 voltas ao redor da Terra em 24 horas, numa velocidade média de 27.700 quilômetros por hora. Isso significa que qualquer pedaço de lixo espacial, por menor e mais leve que seja, tem a energia para causar estrago, similar ao que acontece com aviões que se chocam com pássaros durante um voo.

O módulo Cupola retratado na foto tem janelas com diâmetro de 80 centímetros, o que é considerado muito grande para os padrões espaciais, feito com quatro camadas de uma fusão de sílica com vidro borossilicato, justamente para aguentar esse tipo de pancada. Mesmo assim, ele não é imune a todos os choques. A Agência Espacial Europeia explica que detritos de 1 centímetro podem causar danos críticos, enquanto qualquer objeto de mais de 10 centímetros poderia “despedaçar um satélite ou espaçonave em pedacinhos”.

Felizmente, há como desviar a trajetória da ISS em caso de urgência. Em 2014, a NASA realizou manobras para fugir de um objeto maior, parte de um foguete europeu antigo. Na ocasião, os controladores elevaram em cerca de 800 metros só para não se chocar com o detrito.

Via The Verge

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital