Apareceram nesta segunda-feira (29) os primeiros benchmarks que mostram o que se pode esperar dos primeiros computadores da Apple utilizando a arquitetura ARM. Os dados mostram o desempenho dos “Mac Minis” distribuídos para desenvolvedores para auxiliar na transição para o novo formato, utilizando um processador A12Z.
Os testes realizados no Geekbench 5.2.0 para o MacOS para arquitetura x86. Esse detalhe é importante porque para a execução, é necessário utilizar a ferramenta Rosetta, que na prática age como um emulador criado pela Apple para rodar software dos Macs x86 em processadores ARM. Isso pode ter um efeito negativo grande no desempenho. Ou seja, o que os testes mostram é o desempenho do novo Mac rodando código x86 sob emulação, e não o desempenho nativo do processador ARM.
Diante dessas condições, o computador conseguiu alcançar uma pontuação de 811 para processamento single-thread e 2781 em multi-thread. Não é um número animador. Como nota o site Ars Technica, o Macbook Air, que está longe de estar entre os mais potentes da Apple, utilizando um processador Intel Core i3-1000ng4 alcança uma pontuação consideravelmente maior: o Macbook chega a uma pontuação single-thread 20% maior e multi-thread 38%. Outros computadores mais potentes produzem resultados muito mais altos.
Quando se compara com o que outro computador com ARM é capaz de fazer, no entanto, o computador da Apple mostra resultados muito bons. O site MacRumors aponta que os resultados do Surface Pro X, utilizando um chipset Microsoft SQ1, são inferiores aos alcançados no Geekbench em comparação ao kit de desenvolvimento da Apple. A diferença é ainda mais notável quando se nota que o Surface roda uma versão nativa do benchmark, sem precisar de emulação com o kit da Apple.
Apesar de a emulação ter potencialmente um efeito negativo grande nos resultados, o teste tem utilidade. Isso porque nos primeiros anos de Macs com processadores ARM, é provável que muitos softwares não estejam otimizados, forçando usuários a usarem a Rosetta para executar seus aplicativos. O teste emulado representa de forma mais fiel a potencial perda de desempenho que será sentida ao depender desse recurso.
O Geekbench identifica o processador A12Z com quatro núcleos de processamento, mas o chipset em questão é o mesmo usado nos iPads Pro mais recentes, que têm, na verdade, oito núcleos. Quatro deles são dedicados a tarefas que exigem mais poder computacional, e os outros dedicados a tarefas em segundo plano, visando mais economia de energia. É provável que a emulação tenha ignorado os quatro núcleos menos parrudos, fazendo com que o processador fosse identificado como um simples quad-core.
Vale notar, no entanto, que o computador é um item disponibilizado exclusivamente para desenvolvedores, que precisam pagar pelo dispositivo e devolvê-lo em um ano, então não se sabe o quanto dos resultados podem se aplicar a uma versão para consumidores. Ainda há questões de otimização e a Apple ainda pode lançar seus Macs com outros processadores consideravelmente mais potentes do que o A12Z.