A Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – está lançando uma campanha para alertar a todos sobre a cultura de assédio direcionada às assistentes virtuais. Apesar de não se tratar de pessoas reais, a tecnologia foi desenvolvida por e para seres humanos, logo, a forma como elas funionam é um retrato da “vida real”. 

Diversas empresa investem em assistentes virtuais, o que todas têm em comum é a voz padrão do gênero feminino e o nome de mulheres: Siri, Alexa, Lu

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Um estudo lançado em maio do ano passado pela Unesco, chamado “I’d Blush If I Could”, algo como “Eu ficaria vermelha se pudesse”, mostra que as assistentes virtuais sofrem altos índices de preconceito de gênero e costumam responder com frases bem tolerantes, subservientes e passivas. Com base nisso, surge o movimento “Hey Update My Voice”, que tem por objetivo chamar atenção sobre a educação cibernética e sobre as respostas dadas pelas assistentes virtuais ao ouvirem ofensas machistas. 

O movimento também pede que as empresas atualizem as respostas de suas assistentes. No site da campanha “Hey Update My Voice”, é possível gravar mensagens de voz curtas, sugerindo respostas para as assistentes virtuais aos assédios que sofrem.

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No Brasil, o caso da Lu – assistente virtual das Lojas Magazine Luiza, se destacou. Ela se manifestou sobre casos de assédio: “Gente, tô chateada com algumas cantadas pesadas que ando recebendo aqui nos comentários. E olha que eu sou virtual! Fico imaginando as mulheres reais que passam por isso todos os dias”, dizia o post.

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A Unesco reforça a ideia de ter mais respeito com as assistentes virtuais divulgando números de assédio sofrido por mulheres reais. Cerca de 73% delas já sofreram algum assédio online, sendo que 15 milhões de adolescentes entre 15 e 19 anos já sofreram abuso sexual. Entre mulheres brasileiras, 97% delas afirmam ter sofrido assédio em transportes públicos e privados.