Os esteriótipos no ramo profissional sempre existiram. Pensando em quebrar a corrente, a astrônoma Camila de Sá Freitas promoveu, nesta terça-feira (7), um movimento de desconstrução para todos os cientistas presentes no Twitter. Ao solicitar o envio de uma foto pessoal, o objetivo era desmistificar o estereótipo de quem trabalha na área de ciências, que, normalmente, é visto como uma pessoa antissocial e estranha. A hashtag #EuPareçoCientista viralizou e chegou aos Trending Topics como um dos assuntos mais falados do momento.
A iniciativa se baseou no movimento americano “#ILookLikeAScientist”, que traz fotos e relatos pessoais de pesquisadores ao redor do mundo. “A ideia é mostrar que os cientistas não seguem o padrão que aprendemos quando crianças. Ou seja, homens brancos, geniais e pouca sociabilidade”, afirma Camila, em entrevista para a revista Galileu.
Segundo a profissional, a ciência necessita de trabalho coletivo. “Quanto mais diverso é o núcleo de pesquisadores, mais eficaz ele é. Há pessoas negras, mulheres, e da comunidade LGBTQIA+ aderindo ao movimento”, conta.
Mesmo com a hashtag ativa e alcançando muitos internautas, o ramo da ciência ainda é muito nichado. De acordo com um estudo publicado na JAMA Network Open, mulheres cientistas têm 21% menos chances de participarem de estudos médicos, do que colegas homens com o mesmo nível de competência. “Precisamos mostrar para a sociedade, principalmente para as crianças, que elas podem ser parte desse meio”, afirma a astrônoma.
Confira a seguir algumas das publicações do movimento #EuPareçoCientista:
— C. Esperança – tentando virar mestre de galáxias (@safreitas_c) 7 de janeiro de 2020
— Jeferson Jr Silva (@JefersonJr6) 8 de janeiro de 2020
— Marcelo Knobel (@marceloknobel) 9 de janeiro de 2020
Eu sou Mariana, vou começar o mestrado em Ciência Política em 2020 e estudo como discursos influenciam a autoconsciência, mobilização e organização de grupos, e o plano é fazer isso olhando pra música na interface com estudos de raça e gênero#EuPareçoCientista pic.twitter.com/7BAjXQPl7O
— Becky do cabelo bom?? (@badgalmarei) 10 de janeiro de 2020
Meu nome é Rodrigo, sou Biólogo, quase mestre se aventurando na Paleontologia. Pesquiso doenças presentes em fósseis de preguiça gigante, podendo ajudar a entender processos adaptativos, estilo de vida, distúrbios biomecânicos e metabólicos desses animais. pic.twitter.com/GX1zk2HXad
— Preguiça gigante depressiva (@megagermaniidae) 9 de janeiro de 2020
— Debora Diniz (@Debora_D_Diniz) 10 de janeiro de 2020
Via: Revista Galileu