Teste da Visa não interfere na análise sobre o WhatsApp Pay, diz BC

De acordo com o Banco Central, testes não podem envolver transações reais entre usuários; retorno da operação do sistema de pagamentos ainda depende de aval da instituição
Equipe de Criação Olhar Digital03/08/2020 17h01

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O Banco Central afirmou nesta segunda-feira (3) que a autorização concedida a Visa para realizar testes com o WhatsApp Pay não interfere no processo de análise sobre a operação da plataforma no Brasil. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o BC esclareceu em comunicado que não há impedimentos para a empresa executar os testes, no entanto, eles não podem envolver transações reais com usuários, nem movimentar valores reais de qualquer quantia.

Na semana passada, a Visa e a concorrente Mastercard afirmaram que o órgão regulador havia autorizado testes com “um grupo limitado de cartões” e a execução de transações “de baixo valor”. O Banco Central declarou que os testes não fazem parte do processo formal de análise das empresas para operar a solução de pagamentos e que a questão é analisada conforme os “prazos-padrão” da instituição.

Apesar disso, o BC disse que busca concluir o estudo “o mais rápido possível”, sem prejudicar a garantia de segurança de dados dos usuários e a competitividade do setor de pagamentos. Sobre a Mastercard, a instituição afirmou que não houve manifestação sobre questionamentos feitos pela empresa, mas o órgão deve se posicionar na mesma linha nos próximos dias, aponta o Estadão. O Banco Central reconheceu que o início dos testes com a plataforma é um “importante avanço”.

WhatsApp Pay

Anunciado em 15 de junho, o WhatsApp Pay permite que usuários enviem e recebam créditos por meio do WhatsApp. O Brasil foi o primeiro a receber a funcionalidade, em uma parceria da Cielo, Sicredi, Banco do Brasil e Nubank. O sistema prevê transações gratuitas entre pessoas físicas e a possibilidade de efetuar compras diretamente no aplicativo, a partir de um cartão de crédito cadastrado.

Alguns dias após estrear no país, no entanto, o recurso foi barrado por determinações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Banco Central, a partir da prerrogativa de que era necessário analisar os impactos do WhatsApp Pay na competitividade do setor e na privacidade de dados dos usuários.

Em primeiro de julho, o Cade decidiu revogar sua determinação que impedia o WhatsApp Pay de operar no Brasil, depois que autarquia analisou informações prestadas pelo Facebook e Cielo. O funcionamento da plataforma de pagamentos, no entanto, ainda depende da chancela do Banco Central, que ainda não estabeleceu um prazo para concluir as análises.

Fonte: Estadão