Sony explica por que o Android demora tanto para receber atualizações

Redação20/08/2018 15h49, atualizada em 20/08/2018 16h08

20180820125711

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O Google lançou recentemente o Android 9.0 Pie, mas é bem provável que muitos dos usuários só vão receber a atualização a partir do ano que vem. O Android é conhecido pelos constantes atrasos em updates, mas uma das marcas que adota o sistema, a Sony, tem uma explicação.

A empresa revelou na última semana quais dos seus celulares receberão o Android Pie: são eles o Xperia XZ2, XZ2 Premium, XZ2 Compact, XZ Premium, XZ1, XZ1 Compact, XA2, XA2 Ultra e XA2 Plus. Aproveitando a deixa, a Sony divulgou um infográfico que mostra “o caminho do Android” do Google até o seu telefone.

O processo todo é dividido em duas fases. Tudo começa semanas antes do lançamento do novo Android, quando as fabricantes recebem um PDK (Platform Development Kit), um conjunto de arquivos e códigos que permitem às empresas testar, otimizar e preparar o Android que elas usam em seus dispositivos.

Quando o novo Android é oficialmente liberado, “o trabalho de verdade começa”, segundo a Sony, o que consiste em “colocar o novo software no nosso sistema”. A terceira etapa é o que as empresas chamam de HAL (Hardware Abstraction Layer): adaptar os chips e componentes do celular para o novo sistema operacional.

Este ponto no percurso depende também das fabricantes dos chips, como a Qualcomm, que faz a maioria dos processadores de smartphones Android, por exemplo. Depois disso, é preciso equipar o novo Android com funções básicas, como fazer e receber ligações, SMS e se conectar à internet.

Só depois é que a Sony aplica ao software suas customizações de interface, inclui aplicativos próprios etc. A primeira fase termina com o período de testes, em que pessoas de dentro e de fora da empresa experimentam smartphones com a nova versão do Android e verificam o que funciona ou não, e o que precisa ser corrigido.

É aí que começa a segunda fase do processo. A princípio, é preciso verificar se o smartphone atualizado atende aos requisitos de padrões de comunicação, como Wi-Fi, 3G, 4G e Bluetooth. Além disso, em alguns casos, é preciso coordenar testes de padrão de qualidade com as operadoras de telefonia móvel também.

Somente depois de todos os testes e de todos os padrões devidamente atendidos é que a Sony libera a atualização do Android para usuários. Embora o infográfico fale apenas da empresa japonesa, não é difícil imaginar que o mesmo processo se aplique às concorrentes, como Samsung, LG e até marcas que usam o famoso “Android puro”, como a Motorola.

Vale lembrar que o Android é feito pelo Google e distribuído para qualquer fabricante gratuitamente. Trata-se de um ecossistema bem diferente do iOS, seu principal concorrente, que é feito pela Apple e distribuído apenas para produtos da empresa. Não é a toa que os iPhones e iPads recebem atualizações bem mais rapidamente.

Neste ano, pela primeira vez na história um smartphone que não é produzido pelo Google recebeu o novo Android no mesmo dia em que ele foi lançado. O Essential Phone é produzido por uma pequena startup dos Estados Unidos e é um bom exemplo de que, sim, o longo processo de atualização do Android pode ser reduzido.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Ícone tagsTags: