Muito provavelmente, você já passou noites em claro, dormiu menos do que precisava e saiu da cama cansado, triste e um pouco perdido. Possivelmente, em alguma dessas situações, você decidiu cochilar ao longo do dia para recuperar o tempo perdido. Mas isso realmente funciona? Um novo estudo indica que não.

A pesquisa, feita pelo Journal of American Medical Association (JAMA), afirma que o sono desregulado se correlaciona com a função cognitiva inferior – o tipo permanente. O estudo contou com a participação de 28.756 pessoas no Reino Unido e na China, divididas em coortes (grupos expostos ou não a um determinado evento).

Os voluntários relataram suas horas de sono noturno em entrevistas e foram submetidos a testes cognitivos. O processo se repetiu quatro anos depois. Todos os participantes tinham mais de 45 anos. O resultado foi uma curva em forma de U centrada em torno de sete horas de sono: pessoas que dormem menos ou mais do que isso têm funcionamento cognitivo inferior. O resultado foi ainda pior para aqueles que relataram dormir cerca de quatro horas ou mais de dez horas por noite: não apenas seu funcionamento cognitivo era inferior, como essas pessoas também tiveram declínio cognitivo mais rápido.

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Sono desregulado leva a quedas em funções cognitivas. Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock

Além do fato desagradável de deixar pontos de QI no travesseiro, essa descoberta também é relevante porque um dos primeiros sintomas da demência é o declínio cognitivo, que costuma aparecer muito antes do diagnóstico da doença. De acordo com os pesquisadores, empenhados em identificar os fatores de risco da demência, pessoas que dormem muito mais ou muito menos do que sete horas devem ser avaliadas quanto ao funcionamento cognitivo.

Entretanto, os cientistas ainda não chegaram a um consenso sobre o motivo pelo qual a memória e a inteligência desaparecem com o sono desregulado. Embora os pesquisadores tenham feito o controle de fatores potenciais óbvios, como tabagismo, índice de massa corporal e nível de escolaridade, é possível que outros fatores além do sono inconstante estejam influenciando na queda cognitiva.

De qualquer maneira, enquanto a ciência ainda busca as respostas, tente dormir cerca de sete horas por noite. Melhor prevenir do que remediar.

Via: Fast Company